quinta-feira, 5 de setembro de 2013

O JOGO, A EQUIPA, O TREINADOR, O TREINO E A COMPETIÇÃO  O JOGO

O FUTSAL
 é um desporto colectivo, com opositor, pouco contacto fisico e jogado com uma bola.
Caracteriza-se por ser um jogo colectivo de desequilibrios, mudaças de ritmo, mudanças de velocidade e ocupação racional dos espaços.
É uma modalidade de acção, superação de esforços e competição. É um meio de expressão e revela os limites de cada um, favorecendo o conhecimento pessoal.
Contudo o futsal, por ser um desporto um tanto complexo, exige dos seus praticantes determinadas técnicas para o desempenho eficáz da sua prática, jogar futsal não é o mesmo que jogar futebol num campo reduzido.

No jogo de futsal, qualquer estratégia, qualquer táctica e qualquer atitude gestual dos jogadores, tem como finalidade conseguir obter golo, se se está de posse de bola ou ao invés, a sua recuperação, se não se está na sua posse, obviando assim a que o adversário faça golo.


A EQUIPA

OS JOGADORES NA EQUIPA

Existem duas funções diferenciadas nas Leis de Jogo do Futsal :
- Os jogadores de campo (fixo, alas e pivot)
- O guarda-Redes

- OS JOGADORES DE CAMPO -

Os jogadores de campo desempenham uma dupla acção, como atacantes e como defesas.
Temos de ter sempre presente que apesar de existirem estas diversas posições, num sistema de jogo evoluído todos os jogadores passam durante o jogo por todas as posições. Será mais correcto afirmar que os jogadores actuam predominantemente numa determinada posição.

GUARDA-REDES

Dentro das Leis do Jogo é o único jogador que pode jogar a bola com as mãos e o seu raio de acção no jogo está condicionado.
Algumas características e qualidades que devem nortear um bom GR:  - Boa colocação; Agilidade; Reflexos; Ousadia; Sangue-Frio; Flexibilidade; Bom tempo de saída e Concentração a remates de surpresa.
Mais algumas: Bom a repor a bola em jogo, com as mãos e com os pés; Boa comunicação com os colegas na orientação das acções defensivas.

FIXO
Algumas características e qualidades que devem nortear um bom Fixo: - Bom pique; Velocidade de reacção; Boa cobertura; Boa marcação; Boa recuperação; Bom passe com ambos os pés; Boa comunicação com a equipa (normalmente é o jogador de campo mais atrasado e com visão periférica mais alargada) e Bom remate de meia distância.
Mais algumas : Boa leitura de jogo defensivo e ofensivo; Organizador de jogo por excelência (defensivo e ofensivo).

ALA (Direito ou Esquerdo) 
Algumas características e qualidades que devem nortear um bom Ala: - Velocidade; Agilidade; Boa técnica; Boa recuperação defensiva; Criatividade; Disponibilidade física; Bom remate.
Mais algumas : Saber explorar e criar espaços vazios; Como o jogo é muito dinâmico, ter capacidade para jogar em ambas as alas.

PIVOT
Algumas características e qualidades que devem nortear um bom Pivot: - Boa técnica; Velocidade de reacção; Explosão; Oportunismo; Objectividade; Iniciativa; Decisão; Dinamismo; Remate espontâneo e forte com ambos os pés; Muito bom controle da bola.
Mais algumas: Saber criar espaços para os colegas entrarem; Boa leitura de jogo; Grande capacidade física; Boa protecção da bola; É a referência do ataque e deve ter prioridade nas suas deslocações.

Quando se consitui uma equipa, independentemente de ter carácter amador ou profissional, importa definir os valores que devem reger a equipa :

EM GERAL – Rigor, exigência, disponibilidade total, coesão, espírito colectivo, agressividade mental e física, capacidade de decisão ( não ter medo de errar), ser eficiente e não ser egoísta ( o nós antes do eu).

NA DEFESA – Corte de linhas de passe, pressão no portador da bola, ajudas e coberturas defensivas.

NO ATAQUE – Criação de espaços e movimentos sem bola, apoios e rematar á baliza sem egoísmos.

Os jogadores precisam ter, desde o primeiro momento, uma noção muito concreta do que pretendemos que façam para se atingir os objectivos previamente definidos.
Uma vez definidas as responsabilidades de intervenção de cada um, todos são importantes, ninguém é imprescindível. Imprescindível só o clube.

A disciplina é uma indispensável condição para o êxito.
Que a disciplina seja assumida por parte dos jogadores, apelando à sua participação e responsabilização.

A coesão que deve constituir preocupação para quem dirige é a que se refere a uma grande identificação colectiva dos componentes dessa equipa face aos objectivos a alcançar. É a grande comunhão de interesses individuais e colectivos.

Segundo o famoso treinador de basquetebol norte-americano Mike Krzyzewsri, os membros de uma equipa devem ser encarados como os cinco dedos de uma mão.
Temos mãos com dedos pequenos que se juntam com facilidade e se transformam em poderosos punhos fechados, outras, com dedos por vezes bem maiores, têm dificuldades em se juntarem de modo a formarem punhos minimamente fortes e acima de tudo, raramente se juntam como um punho.

As equipas com sucesso têm habitualmente cinco características fundamentais : Comunicação, confiança, responsabilidade colectiva, preocupação com os outros e orgulho.
Cada uma destas características é como o dedo de uma mão, são importantes individualmente, mas invencíveis quando juntas sob a forma de um punho cerrado.

COMUNICAÇÃO

Primeira qualidade a salvaguardar no acto de liderar, não há qualidade mais importante do que a comunicação. Todos os elementos da equipa devem comunicar pela via da fala, olhos nos olhos. É fundamental falar e pensar alto no decurso do trabalho da equipa e falar verdade e, se para falar verdade, no momento próprio tiver de haver confrontação, assim seja. 
  
CONFIANÇA
Sem confiança mútua, dificilmente e processo de comunicação atingirá níveis muito elevados. Ninguém confia, entretanto, em incompetentes. Um líder competente terá por isso mais hipóteses de estabelecer relações de confiança com aqueles com quem colabora.

RESPONSABILIDADE COLECTIVA
Qualquer erro ou falha deve ser assumido por todos, nada de acusações ou desculpas.
Num punho cerrado não deve haver dedos apontados a quem falha ou erra, pois isso enfraquece a coesão. Perdemos ou ganhamos, juntos.

PREOCUPAÇÃO COM OS OUTROS
Depois de um erro ou de uma falha é fundamental que todos os elementos da equipa se preocupem com aqueles que erraram ou falharam.

ORGULHO
Fazer o melhor possível, ter orgulho e gostar do que fazemos. Tudo o que fazemos leva a nossa assinatura, razão mais do que suficiente para fomentarmos o necessário orgulho na obra que produzimos, no passe que fazemos ou no golo que marcamos.
Orgulho por fazer parte da equipa a que pertence.

Para que haja superação, os desafios das equipas têm de ser os das pessoas que as compõem, numa profunda identificação colectiva em que o todo será maior que a soma das partes.
Cada jogador a servir antes do mais a equipa, sabendo que essa é a via mais rentável e rápida para a respectiva melhoria individual.

Joga mais tempo quem dá melhores contributos para a equipa, a substituição ou a não convocação, não são em si mesmas situações negativas, sempre que treinadores e jogadores as consigam enquadrar como decisões tomadas para melhorar a equipa.
Numa modalidade onde não há número limite de substituições não é fundamental jogar de início.
Em campo devem estar sempre os jogadores mais capazes de desenvolverem um esforço máximo em prol da equipa.
Se não possuímos jogadores capazes de saírem do banco dos suplentes como alternativas válidas para a equipa, dificilmente alcançaremos o sucesso pretendido.

O futsal evoluído não admite jogadores que revelem falta de aplicação nos treinos, que cometam falhas comportamentais graves, que só pensem neles, ou que não tenham a motivação necessária para resistirem ao imenso desgaste a que estão permanentemente sujeitos.
Na competição e no treino, todos os componentes de uma equipa devem ser responsáveis por uma participação o mais activa possível.

Acontece com frequência em equipas de top, existirem no plantel jogadores com estatuto, o que são jogadores com estatuto ? São jogadores que pela sua qualidade e palmarés, ganharam o respeito e a admiração de quem está ligado à modalidade, só que estatuto não pode ser sinónimo de privilégios no trabalho diário da equipa, antes sim, mais responsabilidade, pois esse ou esses jogadores são uma referência para os jogadores mais jovens e devem ser um exemplo na sua conduta.

O reforço do necessário colectivismo de um grupo de trabalho faz-se através de :
- Fazer ressaltar, entre os respectivos membros, aquilo que os distingue das outras equipas ( praxes, tradições, história, dimensão do clube etc. ) consolidando a sua unidade.
- Apontando objectivos para a acção colectiva e desenvolver regras disciplinares orientadoras da vida colectiva do grupo, extensivas a todos os componentes.
- Fomentar exercícios de treino cujo objectivo a alcançar dependa de todos.

O TREINADOR, O TREINO E A COMPETIÇÃO

NÃO É FÁCIL SER TREINADOR

Ensinar é estimular uma nova forma de conduta ou modificar uma forma de conduta anterior e aprender é adquirir hábitos.
Os atletas aprendem muito mais rápidamente quando têm a exacta compreensão do objectivo que se pretende atingir.
A função de treinador implica tomada de decisões, organizada com base em indicadores e segundo critérios que obedecem a uma certa ordem e a diferentes domínios: Organização do treino, liderança, estilo e formas de comunicar com os jogadores, dirigentes e árbitros; Opções estratégicas e tácticas decorrentes da observação e análise do jogo; Gestão das pressões contidas na competição; Controlo da capacidade de concentração e das emoções, etc... Para além dos imprescindiveis conhecimentos técnico-tácticos. É também necessário intuição, algo indefinivel que se nota em toda a vocação profissão e que é muito mais exigivel quando se trata de um treinador.

Quem é dirigido precisa de adquirir a confiança de quem o lidera, por via de uma autoridade reconhecida, mais do que imposta. Competência, honestidade e coerência.

Um treinador será tanto melhor quanto maior for a riqueza de conhecimentos que possuir.

Um treinador pode saber muito de futsal mas se os jogadores não o perceberem e não aceitarem o que pretende fazer, a equipa que prepara dificilmente terá sucesso.

Para se ser treinador, importa dominar tudo o que diga respeito à dinamica das relações treinador/jogadores.
Ter elevado espirito de compreensão e ajuda, pois o atleta vê o treinador como um guia.


AUTORIDADE RECONHECIDA MAIS  DO QUE IMPOSTA 

O treinador tem de ser um comunicador !

Tradicionalmente quando se pensa no processo de treino, relacionamo-lo imediatamente com a metodologia, o planeamento, a preparação, a táctica, técnica, fisica, psicológica, etc., raramente nos preocupamos com a eficácia pedagógica da relação treinador/atleta, isto é, o modo como o treinador consegue comunicar com o atleta e em que medida esta comunicação contribui para o sucesso desportivo.
Estudos realizados sobre a relação entre o treinador e o atleta, permitem identificar alguns factores que contribuem para o sucesso dessa relação:

- A organização dos treinos
- A apresentação das situações de treino
- A maximização do tempo de empenhamento motor especifico
- A reacção do treinador á prestação dos atletas
- A criação de um clima positivo no treino.

Possuir empatia quanto baste para conseguir através do seu processo de comunicação com os outros, motivá-los, conduzi-los a uma superação constante.
Mais importante do que aquilo que sabemos é o que somos capaz de transmitir.   

Na organização da unidade de treino é aconselhável que a mesma se faça de uma forma integrada, isto é, que o trabalho fisico, técnico e táctico, sejam feitos em conjunto e não em separado, isto é tanto mais pertinente quanto menor forem o número de unidades de treino. Tempo reduzido, tempo optimizado.

O treino deve ser sequencial e consequente, nada deve ser avulso.

Ao treinador compete :

- Liderar e ter capacidade de liderança. 
- Saber incutir no espirito dos seus jogadores que, saber perder é algo muito mais profundo do que uma simples atitude de elegância, saber perder é realmente estar capacitado para entender a parte mais dificil da vida, passando a ver na derrota a possibilidade de aprender mais.
- Perceber, que ganhar não é ser invencível mas sim o ser capaz de vencer o jogo e que jogar para ganhar não é o mesmo que jogar para evitar perder, pois pior do que perder é sentir medo de perder.
- A responsabilidade de fazer respeitar com justiça e ponderação as regras organizativas e disciplinares previamente estabelecidas.
- Ultrapassar com equilibrio os problemas e as dificuldades que sempre se deparam a um colectivo, quer no treino quer na competição.
- Motivar tudo e todos para que sintam orgulho e prazer por participarem na vida colectiva da equipa.
- A decisão final sobre tudo o que respeita à vida desportiva da equipa, mediante as regras e a definição de tarefas que préviamente estabeleceu.
- Criar as condições necessárias que rentabilizem ao máximo a participação de todos os componentes da equipa.
- Incentivar a criatividade dos jogadores, dar-lhes espaço para errarem e reflectirem sobre os erros que cometem, nunca esquecendo que ser criativo não pode representar perda de eficácia ou desrespeito pelos principios e regras que devem nortear a vida colectiva das equipas. 
- Ser capaz de definir tarefas, congregar interesses, juntar á sua volta tudo e todos no sentido de lutar, de modo coeso, por algo que nos transcende.
- Conseguir que os jogadores ( e os dirigentes ! ) compreendam ( e aceitem ) o que se pretende alcançar, gostar do que se está a fazer, possuir uma elevada auto-estima.
- Dar oportunidade a que os jogadores apliquem a sua especialização, incentivando-os a que o façam ao serviço do colectivo, submetendo o interesse do “eu” aos objectivos a alcançar pelo “nós”.
- Treinar como se joga, com intensidade, complexidade e competitividade.

  “SE SE JOGA COMO SE TREINA, TEM DE SE TREINAR COMO SE JOGA”

SUGESTÕES AO TREINADOR

- Seja disciplinado para poder disciplinar
- Insista na pontualidade de todos
- Conheça perfeitamente as regras do jogo e faça com que os seus jogadores também as conheçam ( no inicio da época promova uma reunião de todo o grupo com um árbitro).     - No inicio de cada época ou quando pegue numa equipa, num quadro, esplane a sua maneira de ver o jogo perante os jogadores, de modo a que conheçam as suas ideias e compreendam melhor a finalidade do trabalho a efectuar.
- Faça o planeamento atempado das unidades de treino, ex. Microciclos semanais.
- Analise cada unidade de treino após a mesma, enquanto está fresca na sua memória.
- A maior fonte de conhecimentos para o treinador, não são os cursos nem outras iniciativas do género          ( embora sejam importantes ), é o quotidiano com os jogadores, é a sua observação contínua nos treinos e nos jogos, pois a sua criatividade abre-nos perspectivas para novos exercicios e outras soluções.
- O treino deve ser de intensidade progressiva. Atenção ao excesso de informação, não queira ensinar tudo num dia.
- Em cada unidade de treino, antes de cada exercicio, explique a todo o grupo num papel ou num quadro o exercicio a efectuar.
- Observe e corrija imediatamente qualquer erro ocorrido no treino.
- Não permita brincadeiras no treino. O treino é para treinar e o caminho para as vitórias...ou derrotas.
- Voçê é lider mas as sugestões dos seus jogadores são importantes e merecem ter atenção.
- Tente ser o mais calmo possivel no decorrer do jogo, assim não transmitirá intranquilidade para dentro do campo e pode observar com exactidão todos os detalhes do jogo.
- Num pedido de desconto de tempo, seja preciso e conciso, não tenha complexos e ouça também os jogadores, pois eles apercebem-se de pormenores dentro de campo que a nós nos passam despercebidos.
- Uma correcta rotação de jogadores durante um jogo, ajuda a manter um ritmo elevado de jogo e as respectivas agressividades defensiva e ofensiva.

Muitas vezes se diz que a equipa tem a “cara do treinador”, com isto queremos dizer que, na maioria das ocasiões, a equipa incorpora para si a personalidade e atitudes do técnico.
Em caso de indisciplina deve o treinador evitar o alarde do rigor e fazê-lo com naturalidade e segurança.
Na condução do treino, o treinador deve ser a autoridade personificada e o exemplo vivo. Não deve proceder como o domesticador que leva o animal a uma obediência mecânica, pelo contrário, deve dirigir e orientar o treino pelo coração, pelo hábito da disciplina consciente e pela convicção, a sua acção deve ser firme, enérgica, justa e com muito bom senso.   

Treinar e competir em níveis cada vez mais elevados de exigência.
A equipa é comandada por estimulos exteriores, que derivam do comando do exercicio, da actividade e dinamismo pessoal do treinador, da firmeza das suas atitudes e imperativo da voz.
O objectivo do treino é o aperfeiçoamento e evolução contínua das capacidades do jogador.

O comando dos exercicios deve ser maleável, alegre, vivo, optimista e sugestivo. O treinador deve comandar cativando, conquistando o jogador.

Treinar e aprender em situações que simulem a realidade própriamente dita.
Exercícios de treino competitivos e exigentes do ponto de vista fisico, técnico e táctico, simulando o mais possível a situação de jogo.
É no treino que começa a concentração, um jogador que treina sem concentração não vai nunca ser um jogador concentrado no jogo, a concentração treina-se.

Sem a participação de todos, a confiança para arriscar e a capacidade para decidir sem medo de errar, não há sucesso possível.
Os jogadores devem participar no jogo de modo responsável, expontâneo e criativo, embora nunca desrespeitando os principios básicos defensivos e ofensivos em que deve assentar a sua formação.
Principios que, ao serem respeitados simultâneamente por todos os jogadores de uma equipa, conduzem a uma efectiva movimentação global, uma vez integrados e coordenados no seu todo.

No futsal de competição, não há lugar para jogadores que não dominem os fundamentos do jogo.

Há jogadores que vão ao treino e outros que vão treinar. O futsal não é para quem pode mas sim para quem quer, se se pode e quer, tanto melhor é ouro sobre azul.

Ser criativo, não é ser indisciplinado nem individualista, mas sim decidir em cada situação de jogo com responsabilidade e eficácia, conforme a movimentação e posicionamento dos adversários e dos companheiros de equipa.

O talento não se ensina, apenas se ajuda através do treino a florescer, aperfeiçoar e desenvolver toda a potencialidade do jogador, desenvolve-se o sentido colectivo, corrige-se deficiências, aprimora-se a qualidade, dá-se experiência, porém, mesmo um individuo sem talento pode, com ambição, dedicação e esforço, ultrapassar aqueles que o tenham.

De nada adianta um jogador ser talentoso e criativo, se não tem técnica para fazer as jogadas que imagina     ( habilidade não é sinónimo de técnica) ou não há coordenação na equipa e os seus colegas não acompanham a sua ideia. Portanto a técnica individual, a boa distribuição dos jogadores em campo ( ocupação dos espaços ) e sua coordenação entre si, dependem fundamentalmente do treino.
Pessoas que têm talento, muito frequentemente não o desenvolvem, permitindo que ele se desvaneça pelo desuso.
É vulgar ouvir dizer que determinado jogador “passou ao lado de uma grande carreira” ou seja, não aproveitou por circunstâncias várias, o talento inato para a prática da modalidade.

O  JOGO, A EQUIPA, O TREINADOR, O TREINO E A COMPETIÇÃO O JOGO

O FUTSAL é um desporto colectivo, com opositor, pouco contacto fisico e jogado com uma bola.
Caracteriza-se por ser um jogo colectivo de desequilibrios, mudaças de ritmo, mudanças de velocidade e ocupação racional dos espaços.
É uma modalidade de acção, superação de esforços e competição. É um meio de expressão e revela os limites de cada um, favorecendo o conhecimento pessoal.
Contudo o futsal, por ser um desporto um tanto complexo, exige dos seus praticantes determinadas técnicas para o desempenho eficáz da sua prática, jogar futsal não é o mesmo que jogar futebol num campo reduzido.

No jogo de futsal, qualquer estratégia, qualquer táctica e qualquer atitude gestual dos jogadores, tem como finalidade conseguir obter golo, se se está de posse de bola ou ao invés, a sua recuperação, se não se está na sua posse, obviando assim a que o adversário faça golo.


A EQUIPA

OS JOGADORES NA EQUIPA

Existem duas funções diferenciadas nas Leis de Jogo do Futsal :
- Os jogadores de campo (fixo, alas e pivot)
- O guarda-Redes

- OS JOGADORES DE CAMPO -

Os jogadores de campo desempenham uma dupla acção, como atacantes e como defesas.
Temos de ter sempre presente que apesar de existirem estas diversas posições, num sistema de jogo evoluído todos os jogadores passam durante o jogo por todas as posições. Será mais correcto afirmar que os jogadores actuam predominantemente numa determinada posição.

GUARDA-REDES

Dentro das Leis do Jogo é o único jogador que pode jogar a bola com as mãos e o seu raio de acção no jogo está condicionado.
Algumas características e qualidades que devem nortear um bom GR:  - Boa colocação; Agilidade; Reflexos; Ousadia; Sangue-Frio; Flexibilidade; Bom tempo de saída e Concentração a remates de surpresa.
Mais algumas: Bom a repor a bola em jogo, com as mãos e com os pés; Boa comunicação com os colegas na orientação das acções defensivas.

FIXO
Algumas características e qualidades que devem nortear um bom Fixo: - Bom pique; Velocidade de reacção; Boa cobertura; Boa marcação; Boa recuperação; Bom passe com ambos os pés; Boa comunicação com a equipa (normalmente é o jogador de campo mais atrasado e com visão periférica mais alargada) e Bom remate de meia distância.
Mais algumas : Boa leitura de jogo defensivo e ofensivo; Organizador de jogo por excelência (defensivo e ofensivo).

ALA (Direito ou Esquerdo) 
Algumas características e qualidades que devem nortear um bom Ala: - Velocidade; Agilidade; Boa técnica; Boa recuperação defensiva; Criatividade; Disponibilidade física; Bom remate.
Mais algumas : Saber explorar e criar espaços vazios; Como o jogo é muito dinâmico, ter capacidade para jogar em ambas as alas.

PIVOT
Algumas características e qualidades que devem nortear um bom Pivot: - Boa técnica; Velocidade de reacção; Explosão; Oportunismo; Objectividade; Iniciativa; Decisão; Dinamismo; Remate espontâneo e forte com ambos os pés; Muito bom controle da bola.
Mais algumas: Saber criar espaços para os colegas entrarem; Boa leitura de jogo; Grande capacidade física; Boa protecção da bola; É a referência do ataque e deve ter prioridade nas suas deslocações.

Quando se consitui uma equipa, independentemente de ter carácter amador ou profissional, importa definir os valores que devem reger a equipa :

EM GERAL – Rigor, exigência, disponibilidade total, coesão, espírito colectivo, agressividade mental e física, capacidade de decisão ( não ter medo de errar), ser eficiente e não ser egoísta ( o nós antes do eu).

NA DEFESA – Corte de linhas de passe, pressão no portador da bola, ajudas e coberturas defensivas.
NO ATAQUE – Criação de espaços e movimentos sem bola, apoios e rematar á baliza sem egoísmos.

Os jogadores precisam ter, desde o primeiro momento, uma noção muito concreta do que pretendemos que façam para se atingir os objectivos previamente definidos.
Uma vez definidas as responsabilidades de intervenção de cada um, todos são importantes, ninguém é imprescindível. Imprescindível só o clube.

A disciplina é uma indispensável condição para o êxito.
Que a disciplina seja assumida por parte dos jogadores, apelando à sua participação e responsabilização.

A coesão que deve constituir preocupação para quem dirige é a que se refere a uma grande identificação colectiva dos componentes dessa equipa face aos objectivos a alcançar. É a grande comunhão de interesses individuais e colectivos.

Segundo o famoso treinador de basquetebol norte-americano Mike Krzyzewsri, os membros de uma equipa devem ser encarados como os cinco dedos de uma mão.
Temos mãos com dedos pequenos que se juntam com facilidade e se transformam em poderosos punhos fechados, outras, com dedos por vezes bem maiores, têm dificuldades em se juntarem de modo a formarem punhos minimamente fortes e acima de tudo, raramente se juntam como um punho.

As equipas com sucesso têm habitualmente cinco características fundamentais : Comunicação, confiança, responsabilidade colectiva, preocupação com os outros e orgulho.
Cada uma destas características é como o dedo de uma mão, são importantes individualmente, mas invencíveis quando juntas sob a forma de um punho cerrado.
COMUNICAÇÃO
Primeira qualidade a salvaguardar no acto de liderar, não há qualidade mais importante do que a comunicação. Todos os elementos da equipa devem comunicar pela via da fala, olhos nos olhos. É fundamental falar e pensar alto no decurso do trabalho da equipa e falar verdade e, se para falar verdade, no momento próprio tiver de haver confrontação, assim seja.   
CONFIANÇA
Sem confiança mútua, dificilmente e processo de comunicação atingirá níveis muito elevados. Ninguém confia, entretanto, em incompetentes. Um líder competente terá por isso mais hipóteses de estabelecer relações de confiança com aqueles com quem colabora.

RESPONSABILIDADE COLECTIVA
Qualquer erro ou falha deve ser assumido por todos, nada de acusações ou desculpas.
Num punho cerrado não deve haver dedos apontados a quem falha ou erra, pois isso enfraquece a coesão. Perdemos ou ganhamos, juntos.

PREOCUPAÇÃO COM OS OUTROS
Depois de um erro ou de uma falha é fundamental que todos os elementos da equipa se preocupem com aqueles que erraram ou falharam.

ORGULHO
Fazer o melhor possível, ter orgulho e gostar do que fazemos. Tudo o que fazemos leva a nossa assinatura, razão mais do que suficiente para fomentarmos o necessário orgulho na obra que produzimos, no passe que fazemos ou no golo que marcamos.
Orgulho por fazer parte da equipa a que pertence.

Para que haja superação, os desafios das equipas têm de ser os das pessoas que as compõem, numa profunda identificação colectiva em que o todo será maior que a soma das partes.
Cada jogador a servir antes do mais a equipa, sabendo que essa é a via mais rentável e rápida para a respectiva melhoria individual.

Joga mais tempo quem dá melhores contributos para a equipa, a substituição ou a não convocação, não são em si mesmas situações negativas, sempre que treinadores e jogadores as consigam enquadrar como decisões tomadas para melhorar a equipa.
Numa modalidade onde não há número limite de substituições não é fundamental jogar de início.
Em campo devem estar sempre os jogadores mais capazes de desenvolverem um esforço máximo em prol da equipa.
Se não possuímos jogadores capazes de saírem do banco dos suplentes como alternativas válidas para a equipa, dificilmente alcançaremos o sucesso pretendido.

O futsal evoluído não admite jogadores que revelem falta de aplicação nos treinos, que cometam falhas comportamentais graves, que só pensem neles, ou que não tenham a motivação necessária para resistirem ao imenso desgaste a que estão permanentemente sujeitos.
Na competição e no treino, todos os componentes de uma equipa devem ser responsáveis por uma participação o mais activa possível.

Acontece com frequência em equipas de top, existirem no plantel jogadores com estatuto, o que são jogadores com estatuto ? São jogadores que pela sua qualidade e palmarés, ganharam o respeito e a admiração de quem está ligado à modalidade, só que estatuto não pode ser sinónimo de privilégios no trabalho diário da equipa, antes sim, mais responsabilidade, pois esse ou esses jogadores são uma referência para os jogadores mais jovens e devem ser um exemplo na sua conduta.

O reforço do necessário colectivismo de um grupo de trabalho faz-se através de :
- Fazer ressaltar, entre os respectivos membros, aquilo que os distingue das outras equipas ( praxes, tradições, história, dimensão do clube etc. ) consolidando a sua unidade.
- Apontando objectivos para a acção colectiva e desenvolver regras disciplinares orientadoras da vida colectiva do grupo, extensivas a todos os componentes.
- Fomentar exercícios de treino cujo objectivo a alcançar dependa de todos.


O TREINADOR, O TREINO E A COMPETIÇÃO

NÃO É FÁCIL SER TREINADOR

Ensinar é estimular uma nova forma de conduta ou modificar uma forma de conduta anterior e aprender é adquirir hábitos.
Os atletas aprendem muito mais rápidamente quando têm a exacta compreensão do objectivo que se pretende atingir.
A função de treinador implica tomada de decisões, organizada com base em indicadores e segundo critérios que obedecem a uma certa ordem e a diferentes domínios: Organização do treino, liderança, estilo e formas de comunicar com os jogadores, dirigentes e árbitros; Opções estratégicas e tácticas decorrentes da observação e análise do jogo; Gestão das pressões contidas na competição; Controlo da capacidade de concentração e das emoções, etc... Para além dos imprescindiveis conhecimentos técnico-tácticos. É também necessário intuição, algo indefinivel que se nota em toda a vocação profissão e que é muito mais exigivel quando se trata de um treinador.

Quem é dirigido precisa de adquirir a confiança de quem o lidera, por via de uma autoridade reconhecida, mais do que imposta. Competência, honestidade e coerência.

Um treinador será tanto melhor quanto maior for a riqueza de conhecimentos que possuir.

Um treinador pode saber muito de futsal mas se os jogadores não o perceberem e não aceitarem o que pretende fazer, a equipa que prepara dificilmente terá sucesso.

Para se ser treinador, importa dominar tudo o que diga respeito à dinamica das relações treinador/jogadores.
Ter elevado espirito de compreensão e ajuda, pois o atleta vê o treinador como um guia.


AUTORIDADE RECONHECIDA MAIS  DO QUE IMPOSTA 

O treinador tem de ser um comunicador !

Tradicionalmente quando se pensa no processo de treino, relacionamo-lo imediatamente com a metodologia, o planeamento, a preparação, a táctica, técnica, fisica, psicológica, etc., raramente nos preocupamos com a eficácia pedagógica da relação treinador/atleta, isto é, o modo como o treinador consegue comunicar com o atleta e em que medida esta comunicação contribui para o sucesso desportivo.
Estudos realizados sobre a relação entre o treinador e o atleta, permitem identificar alguns factores que contribuem para o sucesso dessa relação:

- A organização dos treinos
- A apresentação das situações de treino
- A maximização do tempo de empenhamento motor especifico
- A reacção do treinador á prestação dos atletas
- A criação de um clima positivo no treino.

Possuir empatia quanto baste para conseguir através do seu processo de comunicação com os outros, motivá-los, conduzi-los a uma superação constante.
Mais importante do que aquilo que sabemos é o que somos capaz de transmitir.   

Na organização da unidade de treino é aconselhável que a mesma se faça de uma forma integrada, isto é, que o trabalho fisico, técnico e táctico, sejam feitos em conjunto e não em separado, isto é tanto mais pertinente quanto menor forem o número de unidades de treino. Tempo reduzido, tempo optimizado.

O treino deve ser sequencial e consequente, nada deve ser avulso.

Ao treinador compete :

- Liderar e ter capacidade de liderança. 
- Saber incutir no espirito dos seus jogadores que, saber perder é algo muito mais profundo do que uma simples atitude de elegância, saber perder é realmente estar capacitado para entender a parte mais dificil da vida, passando a ver na derrota a possibilidade de aprender mais.
- Perceber, que ganhar não é ser invencível mas sim o ser capaz de vencer o jogo e que jogar para ganhar não é o mesmo que jogar para evitar perder, pois pior do que perder é sentir medo de perder.
- A responsabilidade de fazer respeitar com justiça e ponderação as regras organizativas e disciplinares previamente estabelecidas.
- Ultrapassar com equilibrio os problemas e as dificuldades que sempre se deparam a um colectivo, quer no treino quer na competição.
- Motivar tudo e todos para que sintam orgulho e prazer por participarem na vida colectiva da equipa.
- A decisão final sobre tudo o que respeita à vida desportiva da equipa, mediante as regras e a definição de tarefas que préviamente estabeleceu.
- Criar as condições necessárias que rentabilizem ao máximo a participação de todos os componentes da equipa.
- Incentivar a criatividade dos jogadores, dar-lhes espaço para errarem e reflectirem sobre os erros que cometem, nunca esquecendo que ser criativo não pode representar perda de eficácia ou desrespeito pelos principios e regras que devem nortear a vida colectiva das equipas. 
- Ser capaz de definir tarefas, congregar interesses, juntar á sua volta tudo e todos no sentido de lutar, de modo coeso, por algo que nos transcende.
- Conseguir que os jogadores ( e os dirigentes ! ) compreendam ( e aceitem ) o que se pretende alcançar, gostar do que se está a fazer, possuir uma elevada auto-estima.
- Dar oportunidade a que os jogadores apliquem a sua especialização, incentivando-os a que o façam ao serviço do colectivo, submetendo o interesse do “eu” aos objectivos a alcançar pelo “nós”.
- Treinar como se joga, com intensidade, complexidade e competitividade.

  “SE SE JOGA COMO SE TREINA, TEM DE SE TREINAR COMO SE JOGA”

SUGESTÕES AO TREINADOR

- Seja disciplinado para poder disciplinar
- Insista na pontualidade de todos
- Conheça perfeitamente as regras do jogo e faça com que os seus jogadores também as conheçam ( no inicio da época promova uma reunião de todo o grupo com um árbitro).     - No inicio de cada época ou quando pegue numa equipa, num quadro, esplane a sua maneira de ver o jogo perante os jogadores, de modo a que conheçam as suas ideias e compreendam melhor a finalidade do trabalho a efectuar.
- Faça o planeamento atempado das unidades de treino, ex. Microciclos semanais.
- Analise cada unidade de treino após a mesma, enquanto está fresca na sua memória.
- A maior fonte de conhecimentos para o treinador, não são os cursos nem outras iniciativas do género          ( embora sejam importantes ), é o quotidiano com os jogadores, é a sua observação contínua nos treinos e nos jogos, pois a sua criatividade abre-nos perspectivas para novos exercicios e outras soluções.
- O treino deve ser de intensidade progressiva. Atenção ao excesso de informação, não queira ensinar tudo num dia.
- Em cada unidade de treino, antes de cada exercicio, explique a todo o grupo num papel ou num quadro o exercicio a efectuar.
- Observe e corrija imediatamente qualquer erro ocorrido no treino.
- Não permita brincadeiras no treino. O treino é para treinar e o caminho para as vitórias...ou derrotas.
- Voçê é lider mas as sugestões dos seus jogadores são importantes e merecem ter atenção.
- Tente ser o mais calmo possivel no decorrer do jogo, assim não transmitirá intranquilidade para dentro do campo e pode observar com exactidão todos os detalhes do jogo.
- Num pedido de desconto de tempo, seja preciso e conciso, não tenha complexos e ouça também os jogadores, pois eles apercebem-se de pormenores dentro de campo que a nós nos passam despercebidos.
- Uma correcta rotação de jogadores durante um jogo, ajuda a manter um ritmo elevado de jogo e as respectivas agressividades defensiva e ofensiva.

Muitas vezes se diz que a equipa tem a “cara do treinador”, com isto queremos dizer que, na maioria das ocasiões, a equipa incorpora para si a personalidade e atitudes do técnico.
Em caso de indisciplina deve o treinador evitar o alarde do rigor e fazê-lo com naturalidade e segurança.
Na condução do treino, o treinador deve ser a autoridade personificada e o exemplo vivo. Não deve proceder como o domesticador que leva o animal a uma obediência mecânica, pelo contrário, deve dirigir e orientar o treino pelo coração, pelo hábito da disciplina consciente e pela convicção, a sua acção deve ser firme, enérgica, justa e com muito bom senso.   

Treinar e competir em níveis cada vez mais elevados de exigência.
A equipa é comandada por estimulos exteriores, que derivam do comando do exercicio, da actividade e dinamismo pessoal do treinador, da firmeza das suas atitudes e imperativo da voz.
O objectivo do treino é o aperfeiçoamento e evolução contínua das capacidades do jogador.

O comando dos exercicios deve ser maleável, alegre, vivo, optimista e sugestivo. O treinador deve comandar cativando, conquistando o jogador.

Treinar e aprender em situações que simulem a realidade própriamente dita.
Exercícios de treino competitivos e exigentes do ponto de vista fisico, técnico e táctico, simulando o mais possível a situação de jogo.
É no treino que começa a concentração, um jogador que treina sem concentração não vai nunca ser um jogador concentrado no jogo, a concentração treina-se.

Sem a participação de todos, a confiança para arriscar e a capacidade para decidir sem medo de errar, não há sucesso possível.
Os jogadores devem participar no jogo de modo responsável, expontâneo e criativo, embora nunca desrespeitando os principios básicos defensivos e ofensivos em que deve assentar a sua formação.
Principios que, ao serem respeitados simultâneamente por todos os jogadores de uma equipa, conduzem a uma efectiva movimentação global, uma vez integrados e coordenados no seu todo.

No futsal de competição, não há lugar para jogadores que não dominem os fundamentos do jogo.

Há jogadores que vão ao treino e outros que vão treinar. O futsal não é para quem pode mas sim para quem quer, se se pode e quer, tanto melhor é ouro sobre azul.

Ser criativo, não é ser indisciplinado nem individualista, mas sim decidir em cada situação de jogo com responsabilidade e eficácia, conforme a movimentação e posicionamento dos adversários e dos companheiros de equipa.

O talento não se ensina, apenas se ajuda através do treino a florescer, aperfeiçoar e desenvolver toda a potencialidade do jogador, desenvolve-se o sentido colectivo, corrige-se deficiências, aprimora-se a qualidade, dá-se experiência, porém, mesmo um individuo sem talento pode, com ambição, dedicação e esforço, ultrapassar aqueles que o tenham.

De nada adianta um jogador ser talentoso e criativo, se não tem técnica para fazer as jogadas que imagina     ( habilidade não é sinónimo de técnica) ou não há coordenação na equipa e os seus colegas não acompanham a sua ideia. Portanto a técnica individual, a boa distribuição dos jogadores em campo ( ocupação dos espaços ) e sua coordenação entre si, dependem fundamentalmente do treino.
Pessoas que têm talento, muito frequentemente não o desenvolvem, permitindo que ele se desvaneça pelo desuso.
É vulgar ouvir dizer que determinado jogador “passou ao lado de uma grande carreira” ou seja, não aproveitou por circunstâncias várias, o talento inato para a prática da modalidade.O JOGO, A EQUIPA, O TREINADOR, O TREINO E A COMPETIÇÃO
O JOGO

O FUTSAL é um desporto colectivo, com opositor, pouco contacto fisico e jogado com uma bola.
Caracteriza-se por ser um jogo colectivo de desequilibrios, mudaças de ritmo, mudanças de velocidade e ocupação racional dos espaços.
É uma modalidade de acção, superação de esforços e competição. É um meio de expressão e revela os limites de cada um, favorecendo o conhecimento pessoal.
Contudo o futsal, por ser um desporto um tanto complexo, exige dos seus praticantes determinadas técnicas para o desempenho eficáz da sua prática, jogar futsal não é o mesmo que jogar futebol num campo reduzido.

No jogo de futsal, qualquer estratégia, qualquer táctica e qualquer atitude gestual dos jogadores, tem como finalidade conseguir obter golo, se se está de posse de bola ou ao invés, a sua recuperação, se não se está na sua posse, obviando assim a que o adversário faça golo.


A EQUIPA

OS JOGADORES NA EQUIPA

Existem duas funções diferenciadas nas Leis de Jogo do Futsal :
- Os jogadores de campo (fixo, alas e pivot)
- O guarda-Redes

- OS JOGADORES DE CAMPO -

Os jogadores de campo desempenham uma dupla acção, como atacantes e como defesas.
Temos de ter sempre presente que apesar de existirem estas diversas posições, num sistema de jogo evoluído todos os jogadores passam durante o jogo por todas as posições. Será mais correcto afirmar que os jogadores actuam predominantemente numa determinada posição.

GUARDA-REDES

Dentro das Leis do Jogo é o único jogador que pode jogar a bola com as mãos e o seu raio de acção no jogo está condicionado.
Algumas características e qualidades que devem nortear um bom GR:  - Boa colocação; Agilidade; Reflexos; Ousadia; Sangue-Frio; Flexibilidade; Bom tempo de saída e Concentração a remates de surpresa.
Mais algumas: Bom a repor a bola em jogo, com as mãos e com os pés; Boa comunicação com os colegas na orientação das acções defensivas.

FIXO

Algumas características e qualidades que devem nortear um bom Fixo: - Bom pique; Velocidade de reacção; Boa cobertura; Boa marcação; Boa recuperação; Bom passe com ambos os pés; Boa comunicação com a equipa (normalmente é o jogador de campo mais atrasado e com visão periférica mais alargada) e Bom remate de meia distância.
Mais algumas : Boa leitura de jogo defensivo e ofensivo; Organizador de jogo por excelência (defensivo e ofensivo).

ALA (Direito ou Esquerdo) 
Algumas características e qualidades que devem nortear um bom Ala: - Velocidade; Agilidade; Boa técnica; Boa recuperação defensiva; Criatividade; Disponibilidade física; Bom remate.
Mais algumas : Saber explorar e criar espaços vazios; Como o jogo é muito dinâmico, ter capacidade para jogar em ambas as alas.

PIVOT

Algumas características e qualidades que devem nortear um bom Pivot: - Boa técnica; Velocidade de reacção; Explosão; Oportunismo; Objectividade; Iniciativa; Decisão; Dinamismo; Remate espontâneo e forte com ambos os pés; Muito bom controle da bola.
Mais algumas: Saber criar espaços para os colegas entrarem; Boa leitura de jogo; Grande capacidade física; Boa protecção da bola; É a referência do ataque e deve ter prioridade nas suas deslocações.

Quando se consitui uma equipa, independentemente de ter carácter amador ou profissional, importa definir os valores que devem reger a equipa :

EM GERAL – Rigor, exigência, disponibilidade total, coesão, espírito colectivo, agressividade mental e física, capacidade de decisão ( não ter medo de errar), ser eficiente e não ser egoísta ( o nós antes do eu).

NA DEFESA – Corte de linhas de passe, pressão no portador da bola, ajudas e coberturas defensivas.
NO ATAQUE – Criação de espaços e movimentos sem bola, apoios e rematar á baliza sem egoísmos.

Os jogadores precisam ter, desde o primeiro momento, uma noção muito concreta do que pretendemos que façam para se atingir os objectivos previamente definidos.
Uma vez definidas as responsabilidades de intervenção de cada um, todos são importantes, ninguém é imprescindível. Imprescindível só o clube.

A disciplina é uma indispensável condição para o êxito.
Que a disciplina seja assumida por parte dos jogadores, apelando à sua participação e responsabilização.

A coesão que deve constituir preocupação para quem dirige é a que se refere a uma grande identificação colectiva dos componentes dessa equipa face aos objectivos a alcançar. É a grande comunhão de interesses individuais e colectivos.

Segundo o famoso treinador de basquetebol norte-americano Mike Krzyzewsri, os membros de uma equipa devem ser encarados como os cinco dedos de uma mão.
Temos mãos com dedos pequenos que se juntam com facilidade e se transformam em poderosos punhos fechados, outras, com dedos por vezes bem maiores, têm dificuldades em se juntarem de modo a formarem punhos minimamente fortes e acima de tudo, raramente se juntam como um punho.

As equipas com sucesso têm habitualmente cinco características fundamentais : Comunicação, confiança, responsabilidade colectiva, preocupação com os outros e orgulho.
Cada uma destas características é como o dedo de uma mão, são importantes individualmente, mas invencíveis quando juntas sob a forma de um punho cerrado.
COMUNICAÇÃO
Primeira qualidade a salvaguardar no acto de liderar, não há qualidade mais importante do que a comunicação. Todos os elementos da equipa devem comunicar pela via da fala, olhos nos olhos. É fundamental falar e pensar alto no decurso do trabalho da equipa e falar verdade e, se para falar verdade, no momento próprio tiver de haver confrontação, assim seja.   
CONFIANÇA
Sem confiança mútua, dificilmente e processo de comunicação atingirá níveis muito elevados. Ninguém confia, entretanto, em incompetentes. Um líder competente terá por isso mais hipóteses de estabelecer relações de confiança com aqueles com quem colabora.

RESPONSABILIDADE COLECTIVA

Qualquer erro ou falha deve ser assumido por todos, nada de acusações ou desculpas.
Num punho cerrado não deve haver dedos apontados a quem falha ou erra, pois isso enfraquece a coesão. Perdemos ou ganhamos, juntos.

PREOCUPAÇÃO COM OS OUTROS
Depois de um erro ou de uma falha é fundamental que todos os elementos da equipa se preocupem com aqueles que erraram ou falharam.

ORGULHO
Fazer o melhor possível, ter orgulho e gostar do que fazemos. Tudo o que fazemos leva a nossa assinatura, razão mais do que suficiente para fomentarmos o necessário orgulho na obra que produzimos, no passe que fazemos ou no golo que marcamos.
Orgulho por fazer parte da equipa a que pertence.

Para que haja superação, os desafios das equipas têm de ser os das pessoas que as compõem, numa profunda identificação colectiva em que o todo será maior que a soma das partes.
Cada jogador a servir antes do mais a equipa, sabendo que essa é a via mais rentável e rápida para a respectiva melhoria individual.

Joga mais tempo quem dá melhores contributos para a equipa, a substituição ou a não convocação, não são em si mesmas situações negativas, sempre que treinadores e jogadores as consigam enquadrar como decisões tomadas para melhorar a equipa.
Numa modalidade onde não há número limite de substituições não é fundamental jogar de início.
Em campo devem estar sempre os jogadores mais capazes de desenvolverem um esforço máximo em prol da equipa.
Se não possuímos jogadores capazes de saírem do banco dos suplentes como alternativas válidas para a equipa, dificilmente alcançaremos o sucesso pretendido.

O futsal evoluído não admite jogadores que revelem falta de aplicação nos treinos, que cometam falhas comportamentais graves, que só pensem neles, ou que não tenham a motivação necessária para resistirem ao imenso desgaste a que estão permanentemente sujeitos.
Na competição e no treino, todos os componentes de uma equipa devem ser responsáveis por uma participação o mais activa possível.

Acontece com frequência em equipas de top, existirem no plantel jogadores com estatuto, o que são jogadores com estatuto ? São jogadores que pela sua qualidade e palmarés, ganharam o respeito e a admiração de quem está ligado à modalidade, só que estatuto não pode ser sinónimo de privilégios no trabalho diário da equipa, antes sim, mais responsabilidade, pois esse ou esses jogadores são uma referência para os jogadores mais jovens e devem ser um exemplo na sua conduta.

O reforço do necessário colectivismo de um grupo de trabalho faz-se através de :
- Fazer ressaltar, entre os respectivos membros, aquilo que os distingue das outras equipas ( praxes, tradições, história, dimensão do clube etc. ) consolidando a sua unidade.
- Apontando objectivos para a acção colectiva e desenvolver regras disciplinares orientadoras da vida colectiva do grupo, extensivas a todos os componentes.
- Fomentar exercícios de treino cujo objectivo a alcançar dependa de todos.


O TREINADOR, O TREINO E A COMPETIÇÃO

NÃO É FÁCIL SER TREINADOR

Ensinar é estimular uma nova forma de conduta ou modificar uma forma de conduta anterior e aprender é adquirir hábitos.
Os atletas aprendem muito mais rápidamente quando têm a exacta compreensão do objectivo que se pretende atingir.
A função de treinador implica tomada de decisões, organizada com base em indicadores e segundo critérios que obedecem a uma certa ordem e a diferentes domínios: Organização do treino, liderança, estilo e formas de comunicar com os jogadores, dirigentes e árbitros; Opções estratégicas e tácticas decorrentes da observação e análise do jogo; Gestão das pressões contidas na competição; Controlo da capacidade de concentração e das emoções, etc... Para além dos imprescindiveis conhecimentos técnico-tácticos. É também necessário intuição, algo indefinivel que se nota em toda a vocação profissão e que é muito mais exigivel quando se trata de um treinador.

Quem é dirigido precisa de adquirir a confiança de quem o lidera, por via de uma autoridade reconhecida, mais do que imposta. Competência, honestidade e coerência.

Um treinador será tanto melhor quanto maior for a riqueza de conhecimentos que possuir.

Um treinador pode saber muito de futsal mas se os jogadores não o perceberem e não aceitarem o que pretende fazer, a equipa que prepara dificilmente terá sucesso.

Para se ser treinador, importa dominar tudo o que diga respeito à dinamica das relações treinador/jogadores.
Ter elevado espirito de compreensão e ajuda, pois o atleta vê o treinador como um guia.


AUTORIDADE RECONHECIDA MAIS  DO QUE IMPOSTA 

O treinador tem de ser um comunicador !

Tradicionalmente quando se pensa no processo de treino, relacionamo-lo imediatamente com a metodologia, o planeamento, a preparação, a táctica, técnica, fisica, psicológica, etc., raramente nos preocupamos com a eficácia pedagógica da relação treinador/atleta, isto é, o modo como o treinador consegue comunicar com o atleta e em que medida esta comunicação contribui para o sucesso desportivo.
Estudos realizados sobre a relação entre o treinador e o atleta, permitem identificar alguns factores que contribuem para o sucesso dessa relação:

- A organização dos treinos
- A apresentação das situações de treino
- A maximização do tempo de empenhamento motor especifico
- A reacção do treinador á prestação dos atletas
- A criação de um clima positivo no treino.

Possuir empatia quanto baste para conseguir através do seu processo de comunicação com os outros, motivá-los, conduzi-los a uma superação constante.
Mais importante do que aquilo que sabemos é o que somos capaz de transmitir.   

Na organização da unidade de treino é aconselhável que a mesma se faça de uma forma integrada, isto é, que o trabalho fisico, técnico e táctico, sejam feitos em conjunto e não em separado, isto é tanto mais pertinente quanto menor forem o número de unidades de treino. Tempo reduzido, tempo optimizado.

O treino deve ser sequencial e consequente, nada deve ser avulso.

Ao treinador compete :

- Liderar e ter capacidade de liderança. 
- Saber incutir no espirito dos seus jogadores que, saber perder é algo muito mais profundo do que uma simples atitude de elegância, saber perder é realmente estar capacitado para entender a parte mais dificil da vida, passando a ver na derrota a possibilidade de aprender mais.
- Perceber, que ganhar não é ser invencível mas sim o ser capaz de vencer o jogo e que jogar para ganhar não é o mesmo que jogar para evitar perder, pois pior do que perder é sentir medo de perder.
- A responsabilidade de fazer respeitar com justiça e ponderação as regras organizativas e disciplinares previamente estabelecidas.
- Ultrapassar com equilibrio os problemas e as dificuldades que sempre se deparam a um colectivo, quer no treino quer na competição.
- Motivar tudo e todos para que sintam orgulho e prazer por participarem na vida colectiva da equipa.
- A decisão final sobre tudo o que respeita à vida desportiva da equipa, mediante as regras e a definição de tarefas que préviamente estabeleceu.
- Criar as condições necessárias que rentabilizem ao máximo a participação de todos os componentes da equipa.
- Incentivar a criatividade dos jogadores, dar-lhes espaço para errarem e reflectirem sobre os erros que cometem, nunca esquecendo que ser criativo não pode representar perda de eficácia ou desrespeito pelos principios e regras que devem nortear a vida colectiva das equipas. 
- Ser capaz de definir tarefas, congregar interesses, juntar á sua volta tudo e todos no sentido de lutar, de modo coeso, por algo que nos transcende.
- Conseguir que os jogadores ( e os dirigentes ! ) compreendam ( e aceitem ) o que se pretende alcançar, gostar do que se está a fazer, possuir uma elevada auto-estima.
- Dar oportunidade a que os jogadores apliquem a sua especialização, incentivando-os a que o façam ao serviço do colectivo, submetendo o interesse do “eu” aos objectivos a alcançar pelo “nós”.
- Treinar como se joga, com intensidade, complexidade e competitividade.

  “SE SE JOGA COMO SE TREINA, TEM DE SE TREINAR COMO SE JOGA”

SUGESTÕES AO TREINADOR

- Seja disciplinado para poder disciplinar
- Insista na pontualidade de todos
- Conheça perfeitamente as regras do jogo e faça com que os seus jogadores também as conheçam ( no inicio da época promova uma reunião de todo o grupo com um árbitro).     - No inicio de cada época ou quando pegue numa equipa, num quadro, esplane a sua maneira de ver o jogo perante os jogadores, de modo a que conheçam as suas ideias e compreendam melhor a finalidade do trabalho a efectuar.
- Faça o planeamento atempado das unidades de treino, ex. Microciclos semanais.
- Analise cada unidade de treino após a mesma, enquanto está fresca na sua memória.
- A maior fonte de conhecimentos para o treinador, não são os cursos nem outras iniciativas do género          ( embora sejam importantes ), é o quotidiano com os jogadores, é a sua observação contínua nos treinos e nos jogos, pois a sua criatividade abre-nos perspectivas para novos exercicios e outras soluções.
- O treino deve ser de intensidade progressiva. Atenção ao excesso de informação, não queira ensinar tudo num dia.
- Em cada unidade de treino, antes de cada exercicio, explique a todo o grupo num papel ou num quadro o exercicio a efectuar.
- Observe e corrija imediatamente qualquer erro ocorrido no treino.
- Não permita brincadeiras no treino. O treino é para treinar e o caminho para as vitórias...ou derrotas.
- Voçê é lider mas as sugestões dos seus jogadores são importantes e merecem ter atenção.
- Tente ser o mais calmo possivel no decorrer do jogo, assim não transmitirá intranquilidade para dentro do campo e pode observar com exactidão todos os detalhes do jogo.
- Num pedido de desconto de tempo, seja preciso e conciso, não tenha complexos e ouça também os jogadores, pois eles apercebem-se de pormenores dentro de campo que a nós nos passam despercebidos.
- Uma correcta rotação de jogadores durante um jogo, ajuda a manter um ritmo elevado de jogo e as respectivas agressividades defensiva e ofensiva.

Muitas vezes se diz que a equipa tem a “cara do treinador”, com isto queremos dizer que, na maioria das ocasiões, a equipa incorpora para si a personalidade e atitudes do técnico.
Em caso de indisciplina deve o treinador evitar o alarde do rigor e fazê-lo com naturalidade e segurança.
Na condução do treino, o treinador deve ser a autoridade personificada e o exemplo vivo. Não deve proceder como o domesticador que leva o animal a uma obediência mecânica, pelo contrário, deve dirigir e orientar o treino pelo coração, pelo hábito da disciplina consciente e pela convicção, a sua acção deve ser firme, enérgica, justa e com muito bom senso.   

Treinar e competir em níveis cada vez mais elevados de exigência.
A equipa é comandada por estimulos exteriores, que derivam do comando do exercicio, da actividade e dinamismo pessoal do treinador, da firmeza das suas atitudes e imperativo da voz.
O objectivo do treino é o aperfeiçoamento e evolução contínua das capacidades do jogador.

O comando dos exercicios deve ser maleável, alegre, vivo, optimista e sugestivo. O treinador deve comandar cativando, conquistando o jogador.

Treinar e aprender em situações que simulem a realidade própriamente dita.
Exercícios de treino competitivos e exigentes do ponto de vista fisico, técnico e táctico, simulando o mais possível a situação de jogo.
É no treino que começa a concentração, um jogador que treina sem concentração não vai nunca ser um jogador concentrado no jogo, a concentração treina-se.

Sem a participação de todos, a confiança para arriscar e a capacidade para decidir sem medo de errar, não há sucesso possível.
Os jogadores devem participar no jogo de modo responsável, expontâneo e criativo, embora nunca desrespeitando os principios básicos defensivos e ofensivos em que deve assentar a sua formação.
Principios que, ao serem respeitados simultâneamente por todos os jogadores de uma equipa, conduzem a uma efectiva movimentação global, uma vez integrados e coordenados no seu todo.

No futsal de competição, não há lugar para jogadores que não dominem os fundamentos do jogo.

Há jogadores que vão ao treino e outros que vão treinar. O futsal não é para quem pode mas sim para quem quer, se se pode e quer, tanto melhor é ouro sobre azul.

Ser criativo, não é ser indisciplinado nem individualista, mas sim decidir em cada situação de jogo com responsabilidade e eficácia, conforme a movimentação e posicionamento dos adversários e dos companheiros de equipa.

O talento não se ensina, apenas se ajuda através do treino a florescer, aperfeiçoar e desenvolver toda a potencialidade do jogador, desenvolve-se o sentido colectivo, corrige-se deficiências, aprimora-se a qualidade, dá-se experiência, porém, mesmo um individuo sem talento pode, com ambição, dedicação e esforço, ultrapassar aqueles que o tenham.

De nada adianta um jogador ser talentoso e criativo, se não tem técnica para fazer as jogadas que imagina     ( habilidade não é sinónimo de técnica) ou não há coordenação na equipa e os seus colegas não acompanham a sua ideia. Portanto a técnica individual, a boa distribuição dos jogadores em campo ( ocupação dos espaços ) e sua coordenação entre si, dependem fundamentalmente do treino.
Pessoas que têm talento, muito frequentemente não o desenvolvem, permitindo que ele se desvaneça pelo desuso.
É vulgar ouvir dizer que determinado jogador “passou ao lado de uma grande carreira” ou seja, não aproveitou por circunstâncias várias, o talento inato para a prática da modalidade.




GUARDA - REDESGUARDA - REDES

Artigo de opinião publicado em 10/09/2011 no Jornal i e autorizado a postar pelo autor, que embora tenha como destinatário o GR de futebol, entendo que se adequa plenamente ao GR de futsal.

“ Uma posição especial ”

SABEMOS QUE de todos os jogadores de futebol, o guarda-redes, por ocupar uma posição especial e pelas condições singulares da sua prestação, é aquele que acusa mais stress. Ao contrário dos companheiros, que podem ver um eventual erro ser remediado, neste caso o erro é “a morte do artista” e por isso o guarda-redes está submetido a uma permanente tensão emotiva,

PERFIL. É um jogador que para além de especiais capacidades morfofuncionais, tem de possuir uma visão analitica correcta das situações de jogo, análise do espaço (posicionamento de colegas e adversários), boa leitura de jogo, bom sentido de ordenação e correcção para soluções emergentes, quer na organização defensiva, quer na organização ofensiva, assumindo por vezes a função de primeiro atacante.

No que respeita às qualidades psicológicas, é preciso referir, sem dúvida, a capacidade volitiva (tomada de decisão, disponibilidade para o esforço, perseverança); capacidade atencional (concentração permanente); capacidade perceptiva (raciocinio, imaginação e alta capacidade de coesão e liderança pelo baluarte que representa para o sucesso ou insucesso da equipa).

CULPA. O futebol como modalidade de desporto colectivo é aquela cujo resultado mais acusa uma imprevisibilidade. A emoção, o golpe de génio, o imponderável, são substratos que alimentam a magia de um resultado. Quando há uma derrota, um golo falhado pode ser esquecido, enquanto que um “frango” do guarda-redes é sempre o primeiro retrato na janela do balneário.

TREINO. Em termos de treinabilidade, para além da força, agilidade, destreza, técnica, etc, é preciso ir ao encontro do que chamo “uma Nova Visão Global do rendimento para a obtenção do sucesso”. E, neste caso especifico do guarda-redes, ir ao encontro do seu perfil e do modelo de jogo da equipa. Avançar com metodologias que muitas vezes têm de promover quando necessário a autoconfiança do atleta, assegurando-o e encorajando-o na capacidade de ser bem sucedido. Outras vezes, quando imperativo, treinar a motivação – formulando-lhe objectivos dificeis e desafiadores mas realistas. Ainda, outras tantas, operacionalizar técnicas de redução do stress e simulando condições adversas passiveis de descontrolo emocional.

SUCESSO. Entendo que o perfil dum guarda-redes de sucesso tem de possuir as qualidades referenciadas aliando a persistência, humildade e perseverança para ouvir e se necessário corrigir. Deve transpirar rigor e aproveitar toda a sua energia ao serviço do colectivo de que faz parte, assim está encontrado o líder, o campeão!

Mas nunca devemos esquecer, no treino como na vida, o primado da consciência. Hoje sabemos que em termos de treino a visualização criativa dos gestos técnicos faz aumentar o efeito expoenciador da eficiência prática e daí o passo para a felicidade do atleta. Ora, isto TREINA-SE, mas neste âmbito ainda reina muita miséria, para não chamar “santa” ignorância !...
Citando o Prof. Júlio Garganta “ As metodologias inovadoras ainda acusam um sentido critico para aqueles que julgam que no Futebol...tudo está inventado”


FUNÇÃO ESPECIFICA DE GUARDA-REDES

A situação, posição e regras especificas no regulamento do jogo, possibilita  que tenha um tratamento especial.

Podemos entendê-lo como o primeiro atacante e o último defesa.

Jogando na sua área é o único jogador a quem é permitido tocar a bola com as mãos.
As suas acçoes técnicas como último jogador defensivo, fazem com que as suas intervenções sejam em muitos casos, determinantes em função da eficácia da equipa.
É uma função altamente valorizada na equipa. É o único jogador que não pode falhar.
Costumamos dizer que um bom GR é meia equipa.
Por vezes, quando a equipa está sujeita a uma grande pressão, é ele com um lançamento ofensivo que facilita a saída para o ataque e quiçá, converter numa assistência para golo. 

Nenhuma outra posição no futsal exije que o atleta seja tão especialista como a de GR, no entanto, apesar de ser um especialista na posição que ocupa, ele deve também ser um jogador de múltiplas funções na equipa.
Tem de defender, atacar, estimular, avisar, comandar, etc., mas isso não é tudo, dele se exije ainda muitas outras qualidades, onde se destacam a velocidade de reacção, a coordenação, o fecho do ângulo, a defesa e o lançamento, finalmente o perfeito controle emocional.

Qualidades –

O perfil do GR em função das exigência do jogo pode-se definir do seguinte modo :
  
De carácter -

Valentia
Decisão
Psicológicamente forte e equilibrado
Comunicativo

Neurológicas –

Agilidade, coordenação e percepção espaço temporal
Agressividade, como atitude mental e fisica nas suas intervenções
Tempo de reacção, intercepção e velocidade de execução, são qualidades
reclamadas face ao ao imperativo de tempo



Físicas –

Velocidade
Elasticidade e flexibilidade
Instantâneidade

FUNDAMENTOS TÉCNICOS :

Posicionamento e Postura –

O fundamento básico do GR é o posicionamento, pois isso irá facilitar em muito a sua defesa para os remates dos atacantes adversários.
Quando a bola está em zonas que o remate à baliza é uma possibilidade, o GR deve estar preparado com uma postura que facilite dar uma resposta imediata e não ser surpreendido.
O importante na posição de espera/alerta do GR é que seja confortável permitindo uma melhor concentração no jogo. 
O seu posicionamento deve estar sempre condicionado à situação da bola.
O GR deve estar posicionado com os pés afastados na linha dos ombros, mantendo-os sobre uma bisetriz de um triângulo imaginário traçado a partir da bola até aos dois postes da baliza.Em relação à linha de baliza, deve ficar um pouco adiantado, mantendo os braços levemente flectidos, com as mãos ficando um pouco abaixo da cintura. A isto poderemos chamar “fechar o ângulo”.
O GR para optimizar a sua colocação deve ter como referências a linha da área, a marca de penalty e toques nos postes com as mãos, que lhe permitam estar continuamente orientado com a sua baliza.

Blocagem –

Trata-se de deter e controlar a bola com ambas as mãos.
Podemos dividir a blocagem em três tipos, sendo classificados de acordo com a altura a que a bola chega. Alta, Média ou Baixa.
Na blocagem, ambas as mãos devem receber a bola, sendo que em todas as situações deve ser feito com as palmas das mãos, utilizando os dedos para comprimir a bola evitando que ela escape.
Após a blocagem, a bola deve ser levada junto ao corpo para uma maior segurança no seu controle.

Blocagem Alta : Deve ser realizada quando a vai acima da linha do peito.
A bola deve ser recebida com ambas as mãos e os braços em forma de triângulo.
Blocagem Média : Na realização da blocagem média, os braços ficam flectidos junto ao corpo e as mãos posicionadas acima da cintura, em forma de concha com as palmas das mãos viradas para cima e os dedos a apontar para baixo. Após a recepção a bola deve ser protegida junto ao abdomen.
Blocagem Baixa : Na blocagem baixa, o GR deve flectir as pernas, encostando o joelho de uma ao pé da outra para receber a bola.
As mãos devem estar em forma de concha para receber a bola. O tronco é levemente flectido. Atrás das mãos deve ficar sempre uma perna para deter a bola caso ela escape.

Espalmar ou Desviar –

Espalmar ou desviar é o toque na bola com a palma da mão fazendo com que se desvie da sua trajectória numa tentativa de defesa no caso de remates muito potentes e posições que impeçam o agarrar a bola.
O GR deve procurar sempre desviar a direcção da bola para a linha de fundo.

Estiradas ou Quedas –

Executam-se as estiradas ou quedas laterais, com o objectivo de colocar o corpo numa posição favorável que possibilite uma defesa numa bola fora do alcance do GR.
Inclina lateralmente o corpo na direcção da queda flectindo as pernas, porém, mais a de apoio que recebe o peso do corpo e vai dar o impulso e em seguida, estende o corpo direccionando as mãos na trajectória da bola para realizar a defesa.

Deslocamento –

Partindo da posição de espera/alerta, o GR deve deslocar-se lateralmente sem cruzar os pés  e sem encostar um pé ao outro.
O deslocamento numa situação próxima de defesa, deve ser feito na ponta dos pés facilitando o desequilibrio do corpo para uma possivel defesa.

Lançamento –

O lançamento é o passe do GR aos companheiros de equipa, realizado com a mão.
Este passe também constitui elemento básico na construção de jogadas ( saídas de pressão por exemplo) e portanto deve ser seguro, preciso, rápido, oportuno e inteligente, de modo a assegurar ao máximo a posse de bola para a sua equipa.
O GR pode efecturar dois tipos de lançamento com as mãos, por cima e por baixo.
Um de maior potência, onde o GR procura jogar a bola para o atacante no sector ofensivo do campo. O outro, é de menor potência e é usado em distâncias curtas.
No primeiro, o GR ao lançar a bola deve mantê-la na linha do ombro, ao mesmo tempo que realiza uma pequena inclinação do tronco para o lado do braço que irá realizar a acção, auxiliado por uma pequena flexão das pernas. No momento do lançamento, o GR deve estender todo o braço e procurar jogar a bola rente ao solo para possibilitar uma melhor recepção da bola aos companheiros.
Na execução do lançamento com potência é de ressaltar o movimento de flectir o pulso no momento exacto em que o braço está a completar a sua extensão e que antecede a saída da bola da sua mão. Este movimento auxilia a direcção e potência do lançamento.

Saídas –

A saída da baliza por parte do GR é uma situação constante no jogo, principalmente em situações de ataque dentro da área, deve ser rápida e sem hesitação, tendo por objectivo “fechar o ângulo” de remate ao atacante. Para isso,o GR deve “aumentar” o seu tamanho, utilizando os braços e as pernas, para no momento exacto tentar manter a bola sob seu controle.
Nas situações em que o GR sair da área, com a possibilidade de jogar a bola com os pés, deve definir rápidamente o lance, fazendo passe ou chutando a bola para longe.
O GR deve ter consciência que actualmente se pode tornar uma espécie de libero defensivo da equipa.

Defesa com o Pé -

É um recurso para a defesa ao remate do adversário. A defesa com pé acontece quando o GR está em desequilibrio, em deslocamento ou em resposta a remates rasteiros de curta distância.

Jogo de Campo –

O jogo de campo(5x 4 ou GR avançado),acontece quando o GR precisa de sair da área para intervir no ataque planeado da sua equipa, onde se poderá tornar o 5º jogador de campo.
Mesmo que este tipo de situação não seja uma constante dentro do jogo, o GR deve ter noção dos fundamentos técnicos dos jogadores de campo, principalmente o domínio do passe, da recepção e remate
Artigo de opinião publicado em 10/09/2011 no Jornal i e autorizado a postar pelo autor, que embora tenha como destinatário o GR de futebol, entendo que se adequa plenamente ao GR de futsal.

“ Uma posição especial ”

SABEMOS QUE de todos os jogadores de futebol, o guarda-redes, por ocupar uma posição especial e pelas condições singulares da sua prestação, é aquele que acusa mais stress. Ao contrário dos companheiros, que podem ver um eventual erro ser remediado, neste caso o erro é “a morte do artista” e por isso o guarda-redes está submetido a uma permanente tensão emotiva,

PERFIL. É um jogador que para além de especiais capacidades morfofuncionais, tem de possuir uma visão analitica correcta das situações de jogo, análise do espaço (posicionamento de colegas e adversários), boa leitura de jogo, bom sentido de ordenação e correcção para soluções emergentes, quer na organização defensiva, quer na organização ofensiva, assumindo por vezes a função de primeiro atacante.

No que respeita às qualidades psicológicas, é preciso referir, sem dúvida, a capacidade volitiva (tomada de decisão, disponibilidade para o esforço, perseverança); capacidade atencional (concentração permanente); capacidade perceptiva (raciocinio, imaginação e alta capacidade de coesão e liderança pelo baluarte que representa para o sucesso ou insucesso da equipa).

CULPA. O futebol como modalidade de desporto colectivo é aquela cujo resultado mais acusa uma imprevisibilidade. A emoção, o golpe de génio, o imponderável, são substratos que alimentam a magia de um resultado. Quando há uma derrota, um golo falhado pode ser esquecido, enquanto que um “frango” do guarda-redes é sempre o primeiro retrato na janela do balneário.

TREINO. Em termos de treinabilidade, para além da força, agilidade, destreza, técnica, etc, é preciso ir ao encontro do que chamo “uma Nova Visão Global do rendimento para a obtenção do sucesso”. E, neste caso especifico do guarda-redes, ir ao encontro do seu perfil e do modelo de jogo da equipa. Avançar com metodologias que muitas vezes têm de promover quando necessário a autoconfiança do atleta, assegurando-o e encorajando-o na capacidade de ser bem sucedido. Outras vezes, quando imperativo, treinar a motivação – formulando-lhe objectivos dificeis e desafiadores mas realistas. Ainda, outras tantas, operacionalizar técnicas de redução do stress e simulando condições adversas passiveis de descontrolo emocional.

SUCESSO. Entendo que o perfil dum guarda-redes de sucesso tem de possuir as qualidades referenciadas aliando a persistência, humildade e perseverança para ouvir e se necessário corrigir. Deve transpirar rigor e aproveitar toda a sua energia ao serviço do colectivo de que faz parte, assim está encontrado o líder, o campeão!

Mas nunca devemos esquecer, no treino como na vida, o primado da consciência. Hoje sabemos que em termos de treino a visualização criativa dos gestos técnicos faz aumentar o efeito expoenciador da eficiência prática e daí o passo para a felicidade do atleta. Ora, isto TREINA-SE, mas neste âmbito ainda reina muita miséria, para não chamar “santa” ignorância !...
Citando o Prof. Júlio Garganta “ As metodologias inovadoras ainda acusam um sentido critico para aqueles que julgam que no Futebol...tudo está inventado”


FUNÇÃO ESPECIFICA DE GUARDA-REDES

A situação, posição e regras especificas no regulamento do jogo, possibilita  que tenha um tratamento especial.

Podemos entendê-lo como o primeiro atacante e o último defesa.

Jogando na sua área é o único jogador a quem é permitido tocar a bola com as mãos.
As suas acçoes técnicas como último jogador defensivo, fazem com que as suas intervenções sejam em muitos casos, determinantes em função da eficácia da equipa.
É uma função altamente valorizada na equipa. É o único jogador que não pode falhar.
Costumamos dizer que um bom GR é meia equipa.
Por vezes, quando a equipa está sujeita a uma grande pressão, é ele com um lançamento ofensivo que facilita a saída para o ataque e quiçá, converter numa assistência para golo. 

Nenhuma outra posição no futsal exije que o atleta seja tão especialista como a de GR, no entanto, apesar de ser um especialista na posição que ocupa, ele deve também ser um jogador de múltiplas funções na equipa.
Tem de defender, atacar, estimular, avisar, comandar, etc., mas isso não é tudo, dele se exije ainda muitas outras qualidades, onde se destacam a velocidade de reacção, a coordenação, o fecho do ângulo, a defesa e o lançamento, finalmente o perfeito controle emocional.

Qualidades –

O perfil do GR em função das exigência do jogo pode-se definir do seguinte modo :
  
De carácter -

Valentia
Decisão
Psicológicamente forte e equilibrado
Comunicativo

Neurológicas –

Agilidade, coordenação e percepção espaço temporal
Agressividade, como atitude mental e fisica nas suas intervenções
Tempo de reacção, intercepção e velocidade de execução, são qualidades
reclamadas face ao ao imperativo de tempo



Físicas –

Velocidade
Elasticidade e flexibilidade
Instantâneidade

FUNDAMENTOS TÉCNICOS :

Posicionamento e Postura –

O fundamento básico do GR é o posicionamento, pois isso irá facilitar em muito a sua defesa para os remates dos atacantes adversários.
Quando a bola está em zonas que o remate à baliza é uma possibilidade, o GR deve estar preparado com uma postura que facilite dar uma resposta imediata e não ser surpreendido.
O importante na posição de espera/alerta do GR é que seja confortável permitindo uma melhor concentração no jogo. 
O seu posicionamento deve estar sempre condicionado à situação da bola.
O GR deve estar posicionado com os pés afastados na linha dos ombros, mantendo-os sobre uma bisetriz de um triângulo imaginário traçado a partir da bola até aos dois postes da baliza.Em relação à linha de baliza, deve ficar um pouco adiantado, mantendo os braços levemente flectidos, com as mãos ficando um pouco abaixo da cintura. A isto poderemos chamar “fechar o ângulo”.
O GR para optimizar a sua colocação deve ter como referências a linha da área, a marca de penalty e toques nos postes com as mãos, que lhe permitam estar continuamente orientado com a sua baliza.

Blocagem –

Trata-se de deter e controlar a bola com ambas as mãos.
Podemos dividir a blocagem em três tipos, sendo classificados de acordo com a altura a que a bola chega. Alta, Média ou Baixa.
Na blocagem, ambas as mãos devem receber a bola, sendo que em todas as situações deve ser feito com as palmas das mãos, utilizando os dedos para comprimir a bola evitando que ela escape.
Após a blocagem, a bola deve ser levada junto ao corpo para uma maior segurança no seu controle.

Blocagem Alta : Deve ser realizada quando a vai acima da linha do peito.
A bola deve ser recebida com ambas as mãos e os braços em forma de triângulo.
Blocagem Média : Na realização da blocagem média, os braços ficam flectidos junto ao corpo e as mãos posicionadas acima da cintura, em forma de concha com as palmas das mãos viradas para cima e os dedos a apontar para baixo. Após a recepção a bola deve ser protegida junto ao abdomen.
Blocagem Baixa : Na blocagem baixa, o GR deve flectir as pernas, encostando o joelho de uma ao pé da outra para receber a bola.
As mãos devem estar em forma de concha para receber a bola. O tronco é levemente flectido. Atrás das mãos deve ficar sempre uma perna para deter a bola caso ela escape.

Espalmar ou Desviar –

Espalmar ou desviar é o toque na bola com a palma da mão fazendo com que se desvie da sua trajectória numa tentativa de defesa no caso de remates muito potentes e posições que impeçam o agarrar a bola.
O GR deve procurar sempre desviar a direcção da bola para a linha de fundo.

Estiradas ou Quedas –

Executam-se as estiradas ou quedas laterais, com o objectivo de colocar o corpo numa posição favorável que possibilite uma defesa numa bola fora do alcance do GR.
Inclina lateralmente o corpo na direcção da queda flectindo as pernas, porém, mais a de apoio que recebe o peso do corpo e vai dar o impulso e em seguida, estende o corpo direccionando as mãos na trajectória da bola para realizar a defesa.

Deslocamento –

Partindo da posição de espera/alerta, o GR deve deslocar-se lateralmente sem cruzar os pés  e sem encostar um pé ao outro.
O deslocamento numa situação próxima de defesa, deve ser feito na ponta dos pés facilitando o desequilibrio do corpo para uma possivel defesa.

Lançamento –

O lançamento é o passe do GR aos companheiros de equipa, realizado com a mão.
Este passe também constitui elemento básico na construção de jogadas ( saídas de pressão por exemplo) e portanto deve ser seguro, preciso, rápido, oportuno e inteligente, de modo a assegurar ao máximo a posse de bola para a sua equipa.
O GR pode efecturar dois tipos de lançamento com as mãos, por cima e por baixo.
Um de maior potência, onde o GR procura jogar a bola para o atacante no sector ofensivo do campo. O outro, é de menor potência e é usado em distâncias curtas.
No primeiro, o GR ao lançar a bola deve mantê-la na linha do ombro, ao mesmo tempo que realiza uma pequena inclinação do tronco para o lado do braço que irá realizar a acção, auxiliado por uma pequena flexão das pernas. No momento do lançamento, o GR deve estender todo o braço e procurar jogar a bola rente ao solo para possibilitar uma melhor recepção da bola aos companheiros.
Na execução do lançamento com potência é de ressaltar o movimento de flectir o pulso no momento exacto em que o braço está a completar a sua extensão e que antecede a saída da bola da sua mão. Este movimento auxilia a direcção e potência do lançamento.

Saídas –

A saída da baliza por parte do GR é uma situação constante no jogo, principalmente em situações de ataque dentro da área, deve ser rápida e sem hesitação, tendo por objectivo “fechar o ângulo” de remate ao atacante. Para isso,o GR deve “aumentar” o seu tamanho, utilizando os braços e as pernas, para no momento exacto tentar manter a bola sob seu controle.
Nas situações em que o GR sair da área, com a possibilidade de jogar a bola com os pés, deve definir rápidamente o lance, fazendo passe ou chutando a bola para longe.
O GR deve ter consciência que actualmente se pode tornar uma espécie de libero defensivo da equipa.

Defesa com o Pé -

É um recurso para a defesa ao remate do adversário. A defesa com pé acontece quando o GR está em desequilibrio, em deslocamento ou em resposta a remates rasteiros de curta distância.

Jogo de Campo –

O jogo de campo(5x 4 ou GR avançado),acontece quando o GR precisa de sair da área para intervir no ataque planeado da sua equipa, onde se poderá tornar o 5º jogador de campo.

Mesmo que este tipo de situação não seja uma constante dentro do jogo, o GR deve ter noção dos fundamentos técnicos dos jo


TÉCNICA

Entende-se por Técnica o domínio completo da bola na execução eficaz dos fundamentos básicos indispensáveis á prática da modalidade, tais como, o passe, o remate, a recepção, etc.
O dominio completo da bola em todas as suas vertentes, é a condição mínima para o êxito.
Ter habilidade não significa ter técnica, a técnica é a forma mais eficaz de executarmos um fundamento básico, a habilidade nem sempre...

A técnica, é fundamental em qualquer actividade para atingir o objectivo proposto da maneira mais eficaz.

 A técnica no futsal pressupõe :       -  Rapidez de execução
                                                      -  Economia de movimentos
                                                      -  Máxima precisão
                                                      -  Execução no menor espaço possível

O treino técnico do jogador tem como objectivo alcançar o máximo de eficácia com o mínimo de esforço.

A técnica é automática, não exige raciocínio, pois nenhum jogador durante o jogo pensa em como irá efectuar o passe, o remate, a recepção, etc., estes movimentos só seram bem executados quando o jogador os fizer por reflexo.

O treino técnico deve fazer sempre parte da unidade de treino, a sua aquisição e manutenção depende da sua prática constante.

De que vale ter uma equipa muito bem preparada fisica e tácticamente, se quando chega o momento de fazer um passe, uma recepção, ou um remate para golo, somos pouco eficazes e as possibilidades de êxito são reduzidas.

Fundamentos Técnicos Individuais

- Controle ou Domínio da Bola

- Condução ou Transporte da Bola
                                            Linha recta
          *    Direcção              Zig zag
                                            Mov. circulares
 
                                            Interior
          *     Superfície            Exterior
                                            Sola

                           Parada
- Recepção        Semi-parada                
                           Amortecida


- Passe e Remate
                                             Curto
           *     Distância             Médio
                                             Longo

                                              Rasos
           *     Altura                  Médios
                                              Altos

      
           *     Trajectória            Com efeito
                                               Recto

                                               Para a frente
           *      Direcção              Para trás
                                               Lateral
                                               Paralela
                                               Diagonal


           *      Intensidade          Tensos
                                              Não tensos


- Drible e Finta ( Simulação )



- CONTROLE OU DOMÍNIO DA BOLA

Não se pode ser bom jogador se não se souber controlar a bola, isto é, sem ser capaz de dominá-la convenientemente, trazê-la ao completo controle e saber trabalhá-la de acordo com as várias situações que ocorrem durante um jogo, principalmente quando sujeito a uma pressão intensa do marcador adversário.
É o controlo completo da bola que valoriza realmente o futsal como espectáculo, pois podemos observar que certos jogadores possuem uma técnica tal, que lhes permite trabalhar a bola com tanta subtileza e destreza que provocam a nossa admiração.             

- CONDUÇÃO OU TRANSPORTE DA BOLA

Conduzir a bola, é transportar a bola em progressão ou não, de uma zona do campo para outra.
O corpo deve estar ligeiramente inclinado para a frente, os braços em equilibrio e a bola situada em baixo do corpo. A bola é arrastada, puxada, levada de modo a ficar sempre junto aos pés.
De preferência o transporte da bola deve ser efectuado com ambos os pés, com a parte externa dos pés .  Pode-se também (é aconselhável)  transportar a bola com a sola dos pés, pisando sobre ela, puxando-a para a frente , para trás e para os lados.                                                      

- RECEPÇÃO

Recepção é a técnica de um jogador receber a bola, amortecê-la e mantê-la sob seu controle.
As bola não chegam só de uma trajectória, elas podem vir por alto, rasteiras, á meia altura, tensas ou não, e o jogador deve ter capacidade de dominá-las de imediato sem deixá-las fugir, amortecendo-as com os pés, coxas, peito ou cabeça.
O espaço é reduzido e uma recpção de bola efectuada de forma deficiente é o suficiente para o jogador adversário que faz a marcação poder discutir o lance.

Na recepção de bola com os pés utiliza-se as partes interna, externa e sola dos pés, deve-se conservar o peso do corpo sobre a perna de apoio e na chegada da bola o pé é elevado suavemente para trás num movimento de recuo.
Na recepção utilizando o peito do pé, uma bola que vem a cair quase na vertical, o pé amortecedor é levado ao alto com a perna um pouco flectida e na chegada da bola a perna começa o seu movimento descendente acompanhando de inicio a velocidade da bola e depois, mais lento, até chegar ao chão com a bola “colada” ao pé.

Existe a Recepção Orientada, ou seja, a recepção em que o jogador antecipa o movimento seguinte e num só movimento, deixa a bola jogável para dar seguimento á jogada. Utiliza-se bastante na recepção de sola, preparando a bola para fazer passe ou remate.

“ Deve-se dar prioridade á recepção de sola nas bolas rasteiras, pois é a maneira mais eficaz de recepção. “  

- PASSE 

O passe, é o meio de comunicação entre os jogadores de uma equipa.
É através dos passes que se possibilita o jogo colectivo e a progressão das jogadas.

Os passes devem ser executados sempre com firmeza e precisão, sejam eles rasteiros ou altos, curtos ou longos.
Nenhuma manobra do jogo pode ser perfeitamente efectuada sem esta precisão.
Para a sua execução pode-se tocar na bola com as partes interna, externa, dorso (peito do pé) ou sola. Também se pode tocar a bola de calcanhar, cabeça, coxa ou ombros, nos chamados passes de emergência.
Deve-se procurar fazer com que a bola role tensa na direcção desejada e de preferência rente ao solo, porque torna mais fácil, aos colegas de equipa, a recepção.

Passes por alto só devem ser efectuados quando não há linhas de passe rente ao solo.

Para os passes curtos usa-se geralmente as partes interna, externa e sola dos pés e para os passes mais longos toca-se com o dorso ( peito do pé ), porque o impacto é mais forte, fazendo com que a bola role com maior firmeza.

Há também o Passe em Elevação, que é executado com a ponta do pé, no bico do ténis, tocando a parte de baixo da bola num movimento rápido de baixo para cima, fazendo com que a bola passe por cima do adversário e chegue ao colega.

- REMATE

Os princípios básicos do remate são semelhantes aos do passe, excepto que o jogador tem de ter maior controle da força a ser aplicada na direcção e trajectória da bola.
Para os remates de maior potência usa-se o dorso ( peito ) e a ponta dos pés ( bico ).
O remate de bico é de maior potência e geralmente utilizado quando a bola está dominada ou parada, isto porque, não acertando no centro da bola, esta sairá fácilmente da direcção desejada.
No remate com o peito do pé a área de contacto com a bola é maior e maior é a possibilidade de fazer golo. A inclinação lateral do corpo também é mais acentuada do que no remate de bico.
Existem ainda entre outros tipos de remate, o pontapé de bicicleta, de trivela e o de ressalto.
Pontapé de Bicicleta é executado quando a bola vem por alto, por exemplo na sequência da marcação de um canto ou um fora, e o jogador eleva-se e executa o remate tocando a bola com o peito do pé, sem que a bola tenha tocado no solo anteriormente.
Remate de Trivela, é normalmente executado com a parte exterior do pé, levando a bola a fazer uma trajectória curvilinea. É um remate mais em jeito do que em força e pouco utilizado no futsal.
Pontapé de Ressalto é executado no exacto momento em que a bola vinda por alto está a entrar em contacto com o solo. Normalmente usa-se o peito do pé como contacto.

No remate a perna de apoio e a inclinação do corpo são importantes, disso dependendo se a bola sairá rasteira ou alta.
O pé de apoio deve ser colocado ao lado da bola no momento do remate.
Os braços devem equilibrar o corpo, portanto, o braço do lado da perna que remata deve estar baixo com a mão ligeiramente afastada do corpo na altura do quadril e o braço contrário mais alto, um pouco flectido e na altura do ombro.
O tronco é sustentado pela perna de apoio e faz uma leve inclinação lateral.

- DRIBLE

O Drible é uma acção individual com bola, que consiste numa combinação de recursos variados, tais como, o equilibrio, velocidade de arranque, agilidade, ritmo e sentido de improvisação.
No drible o principal objectivo é ultrapassar o adversário sem perder o controle da bola.
No drible o atacante tem uma vantagem, o adversário nunca sabe o que ele vai fazer,    o jogador que se constitui um bom driblador torna-se um adversário muito mais dificil de marcar.
A arte do drible é acima de tudo um predicado natural, é algo inato, que alguns jogadores levam á perfeição.

- FINTA ou SIMULAÇÃO

Finta ou Simulação estaria mais correctamente inserida como Fundamento Táctico Individual ( haveremos de falar), no entanto, como será uma acção complementar e no âmbito do Drible, tratamos como técnica,  é a acção de estando sem bola, desequilibrar e deslocar o adversário, saindo dessa forma de uma marcação, por exemplo, o atacante pressionado pelo defensor finge sair para a lateral e de seguida volta para receber a bola livre de marcação.
No futsal o jogador que se movimenta sem bola é tão importante quanto aquele que está de posse de bola.


EXERCICÍOS DE TREINO
Aqui ficam alguns exercícios para treino como exemplo, sendo que o planeamento da unidade de treino a efectuar requer criatividade e exercícios novos como forma de motivar os jogadores.
 
Controle ou Domínio de bola
- Com as mão, soltar a bola para a frente do corpo e antes que ela toque no solo, tocar com os pés alternando direito e esquerdo, fazendo com que volte para as mãos em apenas um toque.
- Idem, porém, tocando duas, três... vezes na bola e daí para as mãos, utilizando um dos pés apenas. Posteriormente, alternar.
- Idem, tocando com ambos pés alternadamente.
- Levantar a bola e controlá-la com ambos os pés alternadamente, tocar para a coxa e daí para as mãos.
- Com as mãos, soltar a bola para a frente do corpo e controlá-la com as coxas alternadamente.
- Levantar a bola com os pés e realizar combinações com os pés e coxas.
- Com as mãos, soltar a bola ao lado do corpo e antes que ela toque o solo, tocar com a parte externa dos pés, alternando direito e esquerdo, fazendo com que volte para as mãos com um toque.
- Idem, porém, tocando duas, três...vezes, alternadamente.
- Realizar combinações entre pés  e coxas.

Recepção e Passe

- Formação: Jogadores em duplas.
Realizar os seguintes exercìcios:
1) A uma distância de 5 metros um do outro, trocar passes parados no lugar, com a parte interna dos pés, alternando direito e esquerdo, sem recepção, ao primeiro toque.
2) Idem com a parte externa dos pés.
3) Mantendo a mesma distância, trocar passes em movimento progressivo para a frente, com a parte interna dos pés, levando a bola de um sector a outro do campo.
4) Idem com a parte externa dos pés.
5) A uma distância de 10 metros um do outro, efectuar passes com o peito do pé, parados no lugar, alternando direito e esquerdo, agora com recepção obrigatória com a sola do pé e passe.
6) Idem, porém, com recepção orientada com o pé esquerdo e passe com o pé direito, alternando direito e esquerdo.
7) Idem, porém, executar o passe em elevação e a recepção com o peito do pé.
8) A uma distância de 3 metros um do outro, trocar passes no lugar , dando apenas um toque.

                                Fig.1

9) A uma distância de 10 metros um do outro, efectuar passes alternadamente com o pé direito e esquerdo, parados no lugar, executando uma simulação a anteceder a recepção.

                                Fig. 2

- Formação: Três jogadores, que dois ficam na mesma linha distanciados em 5 metros de posse de uma bola cada um, o terceiro posiciona-se de frente de um deles á mesma distância.
O terceiro executa os seguintes exercícios:
1) Recebe e devolve a bola rasteira na mesma linha, a seguir desloca-se colocando-se de frente para o outro colega para receber a bola deste e devolvê-la, alternando o passe com o pé direito e esquerdo.
2) Recebe a bola a meia altura e devolve de primeira alternadamente (os colegas fazem passe com as mãos).
3) Com apenas uma bola, recebe, conduz a bola(com a sola do pé) até á frente do outro colega e faz passe rasteiro a ele e recebe novamente.    
4) Recebe a bola na diagonal e devolve alternadamente na mesma linha(desloca-se sem bola).

                                Fig. 3

- Formação: Os jogadores formam um circulo e um deles fica no centro.
O jogador no centro fica a trocar passes com os restantes da seguinte forma:
1) Passes rasteiros a um toque ficando no lugar.
2) Idem, porém, os jogadores que formam o circulo estão em movimento circular.
    Quando todos os jogadores tiverem feito passe, trocar o jogador no meio.
    Rodar o circulo para ambos os lados, alternando, também, o pé que faz o passe.
3) O jogador no meio joga a bola com as mãos para os colegas e estes devolvem das seguintes formas:
3.1- De primeira (um toque).
3.2- Dominam e devolvem a meia altura (dois toques).
3.3- Dominam, controlam e devolvem para as mãos (quatro ou cinco toques).
Trocar o jogador do meio assim que ele tenha jogado para todos os integrantes do circulo.

                                Fig. 4

- Formação: Os jogadores formam um grande circulo e fazem os seguintes exercícios:
1) Fazem passe para o colega do lado e ocupam o seu lugar (a cada volta completa, mudar o sentido dos passes).
2) Idem, porém, o passe é efectuado para qualquer colega e ocupam o seu lugar (seguir a trajectória da bola).

                                Fig. 5

- Formação: Os jogadores formam duas colunas, uma de frente para a outra, com uma distância de 5 metros e executam os seguintes exercícios:
1) Efectuam passes rasteiros e deslocam-se de costas para o final da coluna.
2) Idem, porém, deslocam-se para o final da coluna contrária.
    Fazer ambos os exercicios com passe rasteiro e em elevação.


                                Fig. 6


                                Fig. 7

- Formação: Jogadores três colunas em forma de triângulo.
Realizar os seguintes exercícios:
1)      Efectuar passe rasteiro e deslocar-se para o final da coluna a qual fez passe.
2)      Efectuar passe rasteiro para uma das colunas e deslocar-se para o final da coluna contrária, sendo que os jogadores devem girar para um lado e para o outro.

                                Fig. 8

- Formação: Os jogadores formam quatro colunas dando o formato de um quadrado.
Realizar os seguintes exercícios:
1)      Efectuar passe rasteiro e deslocar-se para o final da coluna a qual fez passe (de primeira).
2)      Idem, porém, aumentar o espaço entre colunas, ocupando 2/3 do campo. Recepçionar e passar (dois toques)

                                Fig. 9

- Formação: Três jogadores na mesma linha com distância de 5 de um para o outro.
Os jogadores das pontas ficam com uma bola cada um e, alternadamente, realizam passes para o colega no meio, este, a cada bola devolvida, efectua meia volta e coloca-se de frente para o outro colega.
Realizar os seguintes exercícios:
1)      Devolver a bola com passes rasteiros, alternando com o pé direito e esquerdo.
2)      Devolver a bola a bola a meia altura (a bola é jogada com as mãos pelos colegas)
3)      Devolver a bola de cabeça ( idem).
4)      Dominar e devolver a meia altura (idem).
Trocar o jogador no meio a cada determinado nº de exercícios.

                                Fig. 10

- Formação: Em dupla, um ao lado do outro.
Realizar o seguinte exercício : O jogador de Azul faz passe para o jogador de Verde e corre na diagonal passando por trás, este ao receber a bola, transporta-a na diagonal, faz passe ao colega e corre nas costas, assim sucessivamente em progressão. Pode-se definir um ponto no campo a partir do qual se faz remate á baliza.

                                Fig. 11

- Formação : Em trio.
Realizar o seguinte exercício: O Azul faz passe ao jogador Vermelho e entra nas costas, este ao recepcionar faz passe ao jogador Verde e entra nas costas, este ao recepcionar faz passe ao jogador Azul e entra nas costas, assim sucessivamente em progressão.
Pode-se definir um ponto no campo a partir do qual se faz remate á baliza.

                                Fig. 12

- Formação: Quatro grupos de jogadores em formato cruzado ( duas a duas de frente uma para a outra) e duas bolas.
Realizar os seguintes exercícios:
1) Fazer passe rasteiro para a coluna contrária e deslocar-se para o final da coluna ao lado. 
2) Idem, porém, com passe em elevação.

                                Fig. 13

Passe, Condução ou Transporte da Bola e Remate

- Formação: Um grupo de jogadores numa ala junto ao canto, cones em linha na mesma ala e GR na baliza contrária. O treinador posiciona-se na ala contrária.
Realizar os seguintes exercícios:
1) Pegar na bola, conduzi-la por entre os cones e rematar á baliza.
2) Fazer passe ao treinador, correr contornando os cones e a passe do treinador, fazer remate á baliza.
3) Idem, porém simultaneamente, sai outro jogador que entra nas costas do treinador e poderá também fazer remate. Ir alternando os jogadores no exercício.

                                Fig. 14

- Formação: Quatro colunas de jogadores junto das duas balizas, 3 cones postos junto ás alas e outro na zona dos 10 metros.
Realizar o seguinte exercício: Ao apito, saiem os dois primeiros jogadores de cada coluna que conduzem a bola contornando o 1º cone e depois fazem toque na bola por entre os outros 2 cones indo apanhar á frente, continuam a conduzir a bola até contornar o cone dos 10 metros, entregando a bola ao colega da coluna, este inicia o circuito em sentido contrário.
É útil formar duas equipas e criar espirito de competição.

                                Fig. 15

- Formação: Duas colunas formadas junto aos postes de uma baliza e 4 cones distribuidos no campo.
Realizar o seguinte exercício: Ao apito, saiem os dois primeiros jogadores de cada coluna conduzindo a bola para contornar o cone e de seguida fazer passe para a ala contrária e o colega rematar á baliza.
Devem estar dois GR na baliza (um nos postes e outro pronto a entrar) que se vão substituindo a cada remate.

                                Fig. 16

- Formação: Grupo de jogadores no meio do campo, um jogador a fixo e outro a pivot.
Realizar o seguinte exercício: O jogador faz passe tenso ao pivot e faz apoio para rematar á baliza, fazendo uma simulação na sua deslocação de apoio.
Exercício em que se pode trabalhar a especialização de jogadores na posição de pivot.

                                Fig. 17

- Formação: Grupo de jogadores no meio campo contrário, um treinador em cada ala e
GB na baliza.
A passe dos treinadores, alternadamente, os jogadores iniciam a corrida e vão rematando á baliza.
Os passes serão rasteiros, a meia altura e por alto.



TÁCTICA

Podemos definir a Táctica como o estudo, a coordenação e organização dos jogadores entre si, durante o jogo. É a preparação da equipa através de indicações básicas e definidas, que a par de informações sobre o adversário, são planeadas com a finalidade de o suplantar.
Complementando, é uma forma racional e planeada de aplicar um ou vários sistemas de jogo, a fim de combinar o jogo de ataque e defesa, tirando partido de todas as circunstâncias favoráveis do jogo, com o objectivo de dominar o adversário e conseguir a vitória.

Só através de um posicionamento previamente definido é que se pode ter uma base sólida e eficiente para uma coordenação perfeita da equipa, passo importante para a libertação da equipa e eficaz criatividade individual e colectiva. 

O estudo da táctica a aplicar em determinado jogo ou momento, deve ter em conta vários factores:

DO ADVERSÁRIO – É muito importante o conhecimento do adversário na táctica a adoptar. Os seus pontos fortes, os seus pontos fracos, o seu sistema de jogo, a qualidade e características dos seus jogadores, etc.

DA CONDIÇÃO TÉCNICA – A capacidade técnica dos nossos jogadores, bem como dos adversários, pode condicionar a táctica a utilizar. O sistema de jogo será tanto mais evoluído e elaborado, quanto melhor for a qualidade técnica da nossa equipa.

DA CONDIÇÃO FÍSICA – A condição física das duas equipas que se defrontam deve ser levada em linha de conta no momento de decidir a táctica a aplicar no jogo.
Se temos noção que a nossa equipa não está num bom momento físico, não faz sentido pedir á equipa para pressionar HxH no campo todo.
Se nos apercebemos que o adversário não tem condição física, há que dar velocidade ao jogo e apostar em transições rápidas.

DE ASPECTOS PSICOLÓGICOS – A equipa deve estar tranquila, confiante e motivada, pois só assim o trabalho semanal sai com fluência.

DE SITUAÇÕES OCORRIDAS DURANTE O JOGO – Um golo no inicio do jogo, uma expulsão, alterações na equipa adversária, etc.

DAS DIMENSÕES DO CAMPO – Um factor importante e de grande influência na táctica a aplicar no jogo, pois dependendo das dimensões do campo, certos sistemas ofensivos podem ou não ser favoráveis, o mesmo acontecendo com os sistemas defensivos.

SISTEMA –  Falamos muitas vezes em Sistema, mas como defini-lo ? É o modo pelo qual os jogadores são distribuídos em campo ocupando-o em largura e profundidade, bem como, a sua coordenação nas acções colectivas.
Há os sistemas defensivos e ofensivos.

FUNDAMENTOS TÁCTICOS INDIVIDUAIS  

Se definimos que a técnica é o domínio completo da bola na execução eficaz dos fundamentos básicos, torna-se imperativo falar sobre as acções individuais dos jogadores, sem bola.
                                          - Para a frente
DESLOCAMENTOS -     - Para trás
                                          - Lateral
                                                       - Quebra
MUDANÇAS DE DIRECÇÃO –
                                                       - Sobreposição
                                     - Paralela
DESMARCAÇÃO -    - Lateral
                                     - Diagonal

ANTECIPAÇÃO
                                                 - Em cima
                              * Com bola
                                                 - Passiva
MARCAÇÃO -       
                                                 - Em cima
                              * Sem bola
                                                 - Vigilância




FUNDAMENTOS TÁCTICOS DEFENSIVOS

- Recuperação Defensiva ou Retorno

É a acção mediante a qual os nossos jogadores recuperam as posições defensivas definidas após a perda da posse de bola ou quando ultrapassados pela bola.
Duas situações distintas se colocam, quando após perda da posse de bola pela equipa os jogadores recuperam o seu posicionamento no sistema defensivo previamente definido e quando um jogador retorna as tarefas defensivas em dado e especifico momento que o atacante o imponha, resumindo, recuperação em bloco ou recuperação em transição.
  
                                Fig. 1                      


                                Fig. 2                    Recuperações em bloco        



                                Fig. 3                   Recuperação em transição


A assimilar :
           - A recuperação deve ser feita em grande velocidade.
           - O jogador marcador do portador da bola, não deve ir á “queima”, deve
             temporizar e esperar pela ajuda defensiva.
           - Ao fazer a recuperação a equipa deve manter o equilíbrio defensivo.

- Ajuda e Cobertura

Consiste em apoiar de uma forma mais aproximada ou não, um colega que pode ser
ultrapassado pelo portador da bola.

                                Fig. 4                                    Ajuda



                                Fig. 5                                 Cobertura        

A assimilar :
            - A Ajuda será mais próxima ou não, dependendo das características do
              adversário, se é rápido, lento, virtuoso, etc.
            - Quem realiza a ajuda deve tentar cortar linhas de passe.
            - A cobertura defensiva é executada sempre na retaguarda do colega
              marcador do portador da bola, não deixando de ser uma forma de ajuda.

Marcação

Marcar significa não deixar o seu oponente jogar, isto é, obstar de forma legal, impedindo o mesmo de levar vantagem nas disputas de bola e consequentemente defender a sua baliza do golo dos ataques da equipa contrária.

O futsal é um jogo de ataque e defesa, por essa razão os jogadores devem desempenhar as funções de atacantes e defensores durante um jogo.
Se para jogar com bola é preciso técnica, para jogar sem ela também o é. Todos os jogadores, do fixo ao pivot, independentemente do sistema, devem executar a marcação quando a sua equipa perde a posse de bola.
Deve o jogador que marca ter em atenção: assumir sempre uma posição lateral; nunca perder o contacto com o solo(saltar); ter uma visão periférica que lhe permita ao mesmo tempo olhar a bola e o seu oponente; como último defesa não arriscar o desarme (ir à queima); fechar o meio e dar sempre as alas, primeiro porque o atacante terá o ângulo de remate diminuído e segundo porque terá maior possibilidades para o desarme pois o atacante só tem um lado para fazer o drible.

Antecipação

Antecipação é o movimento que o jogador atacante ou defesa realiza, afim de ganhar a posse de bola entrando ou passando na frente do seu oponente, isto é, antecipando-se ao seu adversário directo para chegar primeiro á bola.

- Vigilância

É o controlo visual que um defesa realiza sobre um ou mais adversários sem bola.

                                Fig. 6

O Jogador defensor faz Vigilância ao jogador 2 (ala) que marca directamente, bem como, a acção do jogador 3 (fixo) e a possível linha de passe.
Só não vê o que se passa nas costas, funcionando aqui a comunicação entre jogadores,
chamando a atenção que falar, comunicar, é parte integrante do jogo e das ajudas.

2 contra 1

A definição está implícita no nome, é acção de criar uma superioridade numerica defensiva em determinado momento do jogo.

                                Fig, 7

A assimilar :
             - Deve ser um movimento muito rápido, agressivo e coordenado.
             - Não deve falhar, mas se falhar, devem recuperar rapidamente o seu
               posicionamento no sistema defensivo.
             - Só deve ser efectuado nas alas (junto á linha lateral).
             - Deve-se ter em conta a qualidade técnica do portador da bola, porque
               no caso de falhar pode ser perigoso.

- Triângulo Defensivo

Podemos definir como uma figura geométrica imaginária (triângulo) conseguida pelo posicionamento de três jogadores, cujos vértices são o marcador ao portador da bola e outros dois colegas que estão posicionados de modo a cortarem linhas de passe e fazerem ajudas e coberturas.

                                Fig. 8 

No quadro nº 8 verifica-se que o defensor nº 5 tem a cobertura defensiva e ajuda dos jogadores nºs. 2 e 3

                                Fig. 9

No quadro nº 9 verifica-se que o defensor nº 3 tem a ajuda do jogador nº 5 e a cobertura defensiva do jogador nº 2.

- Temporização 

Podemos definir como a acção de retardar o ataque adversário ( normalmente em superioridade ou igualdade numérica) até que chegue a ajuda defensiva.

                                Fig. 10                               

                                Fig.11

A assimilar :
             - Se o ataque é pelo corredor central o defesa deve tomar uma posição que lhe
                permita sair para qualquer das alas em caso de passe. Deve, também, tentar
                levar o portador da bola para uma ala, onde a situação em caso de remate é
                é menos perigosa.
              - Quando o ataque é efectuado por uma ala, deve o defesa dar a lateral e
                defender o meio, fechando uma possível linha de passe.
              - Embora a temporizar, o defesa deve ter uma atitude agressiva e de ameaça
                perante o portador da bola de modo a que este não se sinta confortável.

Trocas e Permutas

Basicamente são trocas de marcação e de posições entre dois jogadores, sendo que nas Trocas nos referimos a aspectos defensivos e nas Permutas a ofensivos.
Troca aplica-se quando uma equipa está a defender individualmente e dois jogadores trocam entre si o adversário em marcação.

Permuta será a troca de posições de dois jogadores no decorrer de uma acção ofensiva coordenada e planeada..

                                Fig. 12     

Este quadro permite demonstrar em simultâneo as duas situações:
Troca de marcação entre os jogadores 4 e 3, o jogador 4 (ala) não acompanha o adversário 2 (ala) porque o jogador 5 (pivot) sai da sua posição na circulação e vai cair na ala e ocupar a posição outrora do jogador 2. O mesmo acontece com o jogador 3 (fixo), não acompanha a marcação ao jogador 5 (pivot) porque está a chegar o jogador 2 para ocupar a posição de pivot.  Só é troca, porque a equipa está a jogar no sistema de marcação Individual, se fosse Zona seria uma acção defensiva natural.
A troca de posições entre o jogador 2 (ala) e o jogador 5 (pivot) exemplifica o que se
chama de Permuta.  

FUNDAMENTOS TÁCTICOS OFENSIVOS


- Triângulos Ofensivos

Chamamos Triângulo Ofensivo à figura geométrica (triângulo) imaginária conseguida pelo posicionamento de três jogadores, em que os vértices são o portador da bola e outros dois jogadores que lhe dão apoio e cobertura ofensiva.

                                Fig.13

No quadro nº13 o portador da bola tem o apoio dos jogadores nºs 4 e 3, bem como, o jogador nº 3 também faz a cobertura ofensiva.

                                Fig.14

No quadro nº 14 o portador da bola tem o apoio dos jogadores nºs 2 e 4, bem como, o jogador nº 4 ainda faz a cobertura ofensiva.
                                Fig.15

No quadro nº 15 o portador da bola tem o apoio dos jogadores nºs 3 e 4, bem como, o jogador nº 3 ainda faz a cobertura ofensiva.

- Apoios Entre Linhas ou Parede

Podemos definir como o apoio que é feito entre duas linhas defensivas ao portador da bola de modo a criar vantagem ou situação de superioridade numérica na acção ofensiva a desenvolver.

                                Fig. 16
No quadro nº 16 verifica-se que o ala nº 5 vai fazer o apoio ao portador da bola na ala contrária.
                                Fig.17
No quadro nº 17 verifica-se que o pivot, jogador nº 4, vem fazer o apoio ao ala portador da bola.
- Circulações, Movimentações ou Rotações
Integra-se na fase de jogo de Ataque Planeado ou Desenvolvimento e pode-se definir como o conjunto de acções ofensivas coordenadas entre si dentro de um ou mais Sistemas  Ofensivos, que tem como objectivo a manutenção da posse de bola e a preparação da acção ofensiva com passe de roptura para finalização, de modo a conseguir o golo.

- Transicções Ofensivas

É a fase em que a equipa que estava a defender ganha a posse de bola e deve com rapidez aproveitar um possivel desequilibrio defensivo da equipa que atacava, aproveitando com velocidade as situações de superioridade numérica momentâneas e espaços vazios, levando assim à obtenção do golo.




CAPACIDADES MOTORAS


(Artigo cedido gentilmente por Luís Almeida, Prof. de Educação Física, Treinador com IV Nível de Futsal e Ex. Elemento da Equipa Técnica Nacional)

NOÇÕES GERAIS DE AQUECIMENTO

Aquecimento Dos Jogadores Antes Dos Jogos

A palavra “aquecimento” em termos técnicos significa “ preparação especial do organismo dos jogadores através de um conjunto de exercícios executados antes do ínicio do jogo”.

Tem como objectivo principal um rendimento óptimo logo desde o ínicio do primeiro minuto de jogo, nas condições especificas e ainda prevenir eventuais lesões, tais como traumatismos em especial musculares.

1 – Principais funções do aquecimento.

1.1  – O aquecimento conduz a uma adaptação da actividade dos orgãos internos,
aumenta a actividade do aparelho circulatório, cresce o metabolismo e a temperatura do corpo.
Sabe-se que o músculo aquecido é mais excitável, portanto contrai-se e relaxa-se mais rapidamente e, devido ao seu estado de aquecimento, dá um mais alto rendimento. Para além disto, o aquecimento atrasa o aparecimento da fadiga e evita, em grande medida, o perigo de roptura das fibras musculares.

1.2  – Realização duma coordenação neuromuscular que favorece o ritmo, intensidade e
velocidade necessárias ao desenrolar do jogo.

1.3  – Obtenção da combatividade necessária para o jogo. Trata-se de combinar, durante
o aquecimento, a preparação psicológica com a física, técnica e táctica.
Um aquecimento deverá conduzir ao chamado “estado de partida positivo” pronto para o jogo.

2 – Conteúdo do aquecimento
Nos jogos de futsal o aquecimento deverá ser dividido em duas partes. Geral e especifico.

2.1 – Aquecimento geral
Na maioria das vezes sem bola (excepto quando existe tempo suplementar , e condições para recreio com bola e diminuição de stress anterior ao aquecimento propriamente dito). 
Consta de, uma série de alongamentos com carácter geral com duração de 5´-8´ . Seguem-se exercícios de soupless para preparar os músculos e o aparelho ligamentar para o esforço especifico. A estes exercícios seguem-se acelerações e sprints de curtas distâncias (6´-10´). De seguida solicitam-se os grupos musculares mais utilizados durante o jogo ( 10´-12´).

2.2 – Aquecimento especial ( com bola )
De ínicio efectuam-se os dois gestos técnicos mais solicitados no jogo ( passe e recepção). De seguida, gestos técnicos que deverão ser o mais próximo aos utilizados durante o jogo, sendo executados com grande intensidade e velocidade, o mais aproximado ao ritmo do jogo. Depois, condição técnica de remate com média intensidade (objectivo: direcção de baliza e trabalho de guarda-redes) com aumento gradual de intensidade (10´-12´).
Finaliza-se o aquecimento com diminuição de intensidade e alguns alongamentos, incidindo nos grupos musculares que irão ser mais solicitados durante o jogo (4´-6´).0

3 – Considerações sobre o aquecimento no futsal

3.1 – Ao efectuar-se um programa de aquecimento, deve-se ter em conta a sua evolução crescente dos factores ritmo e intensidade. Dever-se-á terminar o aquecimento num ritmo e intensidade muito perto dos padrões exigidos pelo jogo.

3.2 – Duração do aquecimento.
Regra geral cerca de 35 minutos. Quando está frio deverá prolongar-se por mais 6´- 7´, pois a entrada em esforço processa-se mais lentamente.

3.3 – Com tempo fresco ou frio a camisola e as calças de aquecimento, só deverão ser tirados perto do início do jogo.

3.4 – O calçado deverá ser ajustado ao pé, só no início da parte especifica do aquecimento.

3.5 – No caso dos jogadores suplentes o jogador deverá ser avisado previamente para efectuar um aquecimento suplementar.

3.6 – Os jogadores com traumatismos recentes deverão começar com um aquecimento local ao nivel da respectiva lesão não impeditiva.

3.7 – A intensidade máxima do esforço, próxima da do jogo deverá atingir-se no final da parte especial.

3.8 – Após o aquecimento é bom que nenhuma outra pessoa para além do treinador, dê conselhos aos jogadores.
4 – Regresso á calma

O regresso á calma é um momento importantíssimo a ser realizado logo após a competição (jogo). Os ceus objectivos incidem em:
- Facilitar o relaxamento e a recuperação muscular.
- Reduzir progressivamente a actividade orgânica (retorno á calma).
- Facilitar a eliminação de produtos resultantes da fadiga.

Seguidamente, apresenta-se uma sequência de alongamentos para utilizar antes e depois do jogo :






ATAQUE

Conceito : É a acção ofensiva ou conjunto de acções ofensivas que tem por objectivo conseguir o golo na baliza adversária.

Sistema Ofensivo é o modo pelo qual os jogadores são distribuidos em campo, bem como, suas linhas e posições e, coordenação dos seus movimentos, tendo por objectivo conseguir a obtenção de golo na baliza adversária.

As tácticas são algo mutável e transitório, dependem de cada jogo. Em cada jogo, podemos empregar uma táctica diferente e num mesmo jogo, diferentes tácticas.
Portanto, só através de um posicionamento e ocupação racional dos espaços previamente determinados, é que se pode ter uma base sólida e eficiente para uma coordenação perfeita da equipa.

Podemos dividir o ataque em várias fases, a saber :

- Saída de Pressão ou Abertura

É a fase da construção das acções ofensivas da equipa no seu meio campo quando sujeita a um pressing ou pressão alta, que tem por objectivo criar uma acção ofensiva de roptura seguida de finalização ou aliviar a pressão e passar à fase de ataque planeado ou desenvolvimento.

- Ataque Planeado ou Desenvolvimento

É a fase de construção de jogo, onde se põe em prática o(s) Sistema Ofensivo adequado à situação de jogo e onde por inerência estão inseridas as Circulações, Rotações ou Movimentações.

- Finalização ou Conclusão

É a fase do jogo onde uma acção ofensiva ou um conjunto de acções ofensivas através de um passe de roptura (assistência) é finalizada, ou ainda a finalização por exploração de erros adversários, por situações de 1x1...


- Transicções Ofensivas

É a fase em que a equipa que estava a defender ganha a posse de bola e deve com rapidez aproveitar um possivel desequilibrio defensivo da equipa que atacava, aproveitando com velocidade as situações de superioridade numérica momentâneas e espaços vazios, levando assim à obtenção do golo.




CONSELHOS AOS ATACANTES :
- Deve o atacante antes de receber o passe, mediante o seu posicionamento, dos seus colegas e dos adversários, já saber o que vai fazer com a bola.

- O atacante portador da bola deve jogar de cabeça levantada e de frente para o jogo, de modo a ver o posicionamento e movimentos dos seus colegas e adversários, para assim poder tomar uma melhor decisão.

- O atacante no seu movimento ofensivo deve procurar os espaços vazios e nunca ir para onde já se encontra um colega. Os espaços devem ser ocupados de uma forma racional e equilibrada.

- Fazer golo é um vicio. É nos treinos que se cria esse vicio. Qualquer exercicio com finalização só acaba com a bola dentro da baliza ou com a defesa do GR, se o GR não segura a bola à 1ª, fazem-se as recargas necessárias até fazer golo, não há espaço para brincadeiras.

- Sempre que perdemos a posse de bola, devemos pressionar imediatamente o jogador contrário de posse de bola, de modo a evitar o contra-ataque e facilitar o reequilibrio defensivo da nossa equipa.

- Em situação de transicção o jogador finalizador deve estar consciente que é preferivel rematar e a bola ir para fora, do que perder a posse de bola e sofrer um contra-golpe.

- Por norma, quem faz o passe faz o apoio. Ex.: Quem joga ao pivot, apoia.

- Nos seus movimentos ofensivos sem bola o atacante nunca deve tirar os olhos da bola.

- O atacante que vai finalizar solicitado por um passe de roptura, deve correr para a bola e atacá-la, de modo a ganhar balanço e conseguir maior potência no remate.

- Salvo em condições de excepção, o portador da bola em situação de último jogador nunca dribla.


SAÍDA DE PRESSÃO ou ABERTURA

Duas situações de jogo devemos ter em conta, uma se somos pressionados com o GR de posse de bola e a outra se a pressão existe e já não se pode fazer passe ao GR.

Nas situações de Aberturas e Saídas de Pressão é essencial grande dinâmica da equipa no apoio ao portador da bola, jogadores parados facilmente se dão à marcação.

No ataque a defesas pressionantes ( Saída de Pressão ) a dinâmica é dos jogadores, no ataque a defesas com a Linha de Defesa muito baixa, a dinâmica é da bola. 

Tratemos da Abertura com GR de posse de bola, vou dar duas possibilidades simples como exemplo e muitas outras existem, no entanto o factor principal é o treino colectivo onde todos os intervenientes sabem o que fazer, posicionamento inicial e movimentos.

                                Fig. 1

                                Fig. 2

                                Fig. 3


                                Fig. 4

                                Fig. 5

                                Fig. 6

Na Saída de Pressão sem possibilidade de jogar com GR é necessário grande dinâmica da equipa no apoio ao portador da bola, sabendo que se deve proporcionar ao portador da bola sempre mais que uma linha de passe.  A equipa deve estar bem rotinada nas Circulações de modo a conseguir criar espaços e desequilibrios para sair a jogar.


ATAQUE PLANEADO ou DESENVOLVIMENTO  e

FINALIZAÇÃO ou CONCLUSÃO

No Ataque Planeado ou Desenvolvimento cabem os vários sistemas de jogo ofensivo e dentro de cada Sistema Ofensivo as várias Circulações.

Sistemas de Jogo

Sabemos que o  Sistema Ofensivo é o modo pelo qual os jogadores são distribuidos em campo, bem como, suas linhas e posições e, coordenação dos seus movimentos, tendo por objectivo conseguir a obtenção de golo na baliza adversária.

Quando nos referimos a Sistema de jogo Ofensivos, significa o nº de jogadores que estão atrás e à frente da linha da bola. Exemplo do Sistema 3:1 identifica três jogadores atrás da linha da bola e um à frente, assim sucessivamente nos Sistemas 2:2 e 4:0, dos quais vou falar. 

Sistema 3:1 –

É o Sistema de jogo ofensivo mais utilizado, tendo em conta que é o que melhor se adapta a todas as situações de jogo, é o mais equilibrado no binómio defesa /ataque e em posicionamento colectivo da equipa.
Caracteriza-se por ter um jogador mais adiantado, o pivot, como referência ofensiva e três jogadores na linha defensiva mais recuada, os alas e o fixo, que para além do seu contributo ofensivo com entradas na paralela e diagonal em apoio do pivot no jogo ofensivo, dão grande cobertura ofensiva no caso de uma perda de bola.
Face ao seu posicionamento colectivo, esta Circulação favorece o apoio entre as linhas defensivas da equipa adversária criando situações de superioridade nas alas.

Sistema 2:2 -

É um Sistema de jogo a ser aplicado pontualmente com outros sistemas durante um jogo, mas dificilmente servirá como padrão de jogo.
Caracteriza-se por ter dois jogadores mais recuados e dois jogadores mais adiantados descaídos sobre as alas, o que dá profundidade ofensiva ao jogo. É eficaz contra equipas que defendem com uma linha de defesa muito baixa. O Sistema tem muitas viragens de jogo de ala para ala e é muito jogado pelas alas. É condição a equipa ter boa qualidade de passe.
Face ao posicionamento colectivo da equipa onde existem poucas coberturas ofensivas, uma perda de bola por intercepção ou roubo de bola, cria grandes dificuldades.

 Sistema 4:0 ou Quatro em Linha -

Caracteriza-se por na sua movimentação colectiva, a equipa procurar que os jogadores estejam em linha, sendo que para isso os jogadores nas suas entradas na paralela ou diagonal, não deverão dar profundidade ás acçoes, para assim levarem a que a equipa adversária suba no campo e nos dê espaço livre nas costas. O seu planeamento deve ser no meio campo de quem ataca, requer grande dinâmica de apoio ao portador da bola, constantes simulações, quebras e entradas sem bola, inclusivamente duplas.
Sistema que pela sua complexidade e exigência de treino, só deve ser aplicado em equipas com um nível técnico e táctico evoluído.
As jogadas de roptura para finalização criadas são em grande maioria de superioridade numérica.
Obriga a que o adversário domine muito bem os tipos de defesa Zona e HxH, porque é mais dificil fazer coberturas defensivas, obrigando a haver muitas trocas.
É bastante eficaz quando aplicada em saídas de pressão e quando as equipas defendem numa linha de defesa alta.
Pouco eficaz em campos de reduzida dimensão.
Pouco eficaz para contrariar equipas com a linha de defesa muito recuada, por falta de espaço nas costas e entre linhas.
Na preparação do ataque, se houver uma perda de bola a equipa não tem coberturas ofensivas.

Sistema 1:3 –

Verdadeiramente não considero um Sistema de jogo, mas sim uma solução de recurso, tendo em conta que só se aplica mesmo em situações de recurso, em final de jogo quando se quer dar a volta a um resultado desfavorável.
Deve ser devidamente treinado, a equipa deve saber qual o jogador que fica como último jogador e responsável pelo ataque, pois deve possuir grandes qualidades técnicas e ser excelente no 1x1.
Contra o que está aconselhado no futsal, este jogador numa solução de recurso vai tentar driblar e criar uma situação de superioridade de modo a conseguir fazer golo.
É uma situação de excepção.

Circulações

Defeniremos as Circulações como o conjunto de acções ofensivas coordenadas entre si dentro de um ou mais Sistemas  Ofensivos, que tem como objectivo a manutenção da posse de bola e a preparação da acção ofensiva com passe de roptura para finalização, de modo a conseguir o golo.

Antes de passar a exemplos práticos sobre Circulações, Movimentações ou Rotações, gostaria de fazer alguns considerandos.

Como não podemos mandar para o jogo e pedir aos adversários para se posicionarem da forma que mais nos convém para alterar o Sistema de jogo ou executar-mos a jogada X ou Y,  existe uma forma coordenada de ligar as acções ofensivas, potenciando no limite, se fosse possivel, ter a posse de bola durante todo o jogo.
No entanto, o trabalho exaustivo das Circulações dentro de um determinado Sistema de jogo, não deve, nunca, retirar objectividade colectiva à equipa, ou seja, o Ataque Planeado tem por fim dificultar a marcação contrária, criar desequilibrios no adversário e finalmente, a criação de jogadas de roptura para finalização conseguindo o golo.
O excesso de rotina nas Circulações não nos pode levar a perder oportunidades de fazer passes de roptura para golo.    

Sabendo que o treino deve ser sequencial e consequente, importa não esquecer que os Sistemas de jogo e suas Circulações, de modo a serem mais facilmente assimilidados, também devem ser trabalhados gradualmente relativamente à sua dificuldade, ou seja,
devemos começar pelo Sistema 3:1 passar pelo 2:2 e acabar no 4:0. E dentro das Circulações da mesma forma, as circulações mais elaboradas e complexas devem ser trabalhadas quando a equipa já estiver num estágio de evolução táctica elevado.

A Circulação base pode ser considerada como padrão de jogo ofensivo, tendo em conta que é a referência para todo o ataque planeado.

Dentro de cada Sistema Ofensivo poderemos trabalhar várias Circulações, ou seja, existem várias Circulações no Sistema 3:1, várias no Sistema 2:2 e várias no Sistema 4:0.
Quando treinamos Circulações devemos de seguida, treinar jogadas de roptura para finalização derivadas dessa Circulação. O treino deve ser sequencial e consequente.
É esse o motivo pelo qual vou abordar no mesmo capitulo o Ataque Planeado e a Finalização e, não separadamente.

É evidente que muitos erros especificos poderão surgir, porém é importante manter a confiança na realização das acções ofensivas treinadas, entender os erros tácticos e de interpretação, de modo a saber qual seria o melhor posicionamento e a melhor decisão e,
continuar a treinar afincadamente.

O papel do Sistema de jogo e dentro desse Sistema as várias Circulações, é atribuir a cada jogador um papel, uma função e termos de acção previamente estudada e treinada, porém, dentro do jogo, cada lance deve, muitas vezes, ser realizado em fracções de segundo e aí cabe ao jogador individualmente usar a técnica, a criatividade e a capacidade de decisão, para dentro de um Sistema Táctico mais amplo previamente estabelecido, realizar com rapidez a “ melhor jogada possivel”.

Os jogadores devem saber interpretar todos os Sistemas de jogo, independentemente de serem aplicados no nosso modelo de jogo ou não, refiro-me quanto aos aspectos defensivo e ofensivo.

Convém lembrar que o treino dos Sistemas Ofensivos e suas Circulações, tem por objectivo dar rotinas de ocupação racional dos espaços e num estágio adiantado de qualidade táctica dos jogadores, estes terão a capacidade de executarem em jogo, fraccionadamente as diversas Circulações nos vários Sistemas Ofensivos.


Circulação 3:1 de Alas e Pivot :

A primeira Circulação de que vou falar é a circulação base, aquela que serve de ponte para todas as outras no decorrer de um jogo, a que melhor se adapta a todas as situações de jogo, sendo a mais equilibrada no binómio defesa / ataque e em posicionamento dentro de campo dos jogadores.
O posicionamento inicial é no Sistema Ofensivo 3:1 ou seja sempre que a equipa ganha a posse de bola  e tem de trabalhar o ataque planeado, vai haver um pivot de referência no ataque, a partir daqui através da dinâmica da equipa rapidamente se pode passar pelos Sistemas 2:2 e 4:0, estando sempre tudo interligado. 

                                Fig. 1

O Quadro supra exemplifica os diversos movimentos dos jogadores  e circulação da bola.
Seguidamente vamos desmontar em fotogramas como a circulação se processa.
É importante reter que o pivot e fixo têm grande preponderância na Circulação pois é através do movimento do pivot  e da leitura de jogo do fixo que a Circulação se desenvolve.

                                Fig. 2

                                Fig. 3

Nos quadros nºs. 2 e 3 o Pivot cai na ala, o Fixo faz passe na lateral para o Ala, este
recebe e devolve ao Fixo, fazendo uma diagonal para ocupar a posição de pivot.
O Pivot entretanto descaiu e ocupou a posição do ala. 

                                Fig. 4

                                Fig. 5

Nos quadros nºs.4 e 5,  repetiu-se o movimento dos jogadores, só que para o lado contrário
O Fixo não entra na Circulação, fazendo a cobertura ofensiva da mesma.

                                Fig. 6

                                Fig. 7

Os quadros nºs.6 e 7,  exemplificam a 1ª variante da Circulação, existe a possibilidade de
quando o Pivot cai na ala, o Ala fazer uma entrada na diagonal sem bola e o Fixo fazer passe directamente ao Pivot, entretanto descaido na ala.
Este pode transportar a bola pela ala e fazer passe ao Fixo, ou pode devolver de primeira ao Fixo.

                                Fig. 8

                                Fig. 9

Os quadros nºs.8 e 9, repetem a situação anterior, só que na ala contrária.
O Fixo fazendo a cobertura ofensiva, deve sempre encurtar o espaço em apoio ao ala,
jogando mais próximo.

                                Fig. 10

                                Fig. 11

Os quadros nºs. 10 e 11, exemplificam a 2ª variante da Circulação, o Pivot no seu movimento de descair na ala, em vez de cair na lateral, faz o movimento na diagonal criando assim uma permuta de posição directa com o ala, este devolve o passe ao Fixo e ocupa a posição de pivot.  

                                Fig. 12

                                Fig. 13

Os quadros nºs.12 e 13, exemplificam a 3ª variante, o Ala ao devolver a bola ao Fixo, não vai para a posição de pivot, faz movimento na diagonal nesse sentido mas, no trajecto faz uma quebra em apoio entre linhas ao ala contrário, este repete o movimento em apoio ao ala contrário.

EXEMPLOS DE JOGADAS DE ROPTURA PARA FINALIZAÇÃO
DERIVADAS DA CIRCULAÇÃO:

As combinações apresentadas nos quadros são apenas alguns exemplos e não devem ser encaradas como únicas alternativas, nunca se pode ter uma só opção para finalização, há sempre várias e os jogadores, dentro do posicionamento adversário devem decidir qual a melhor.

                                Fig. 14

No quadro nº 14, o Ala nº 2 de posse de bola, joga ao Pivot nº 5 e vai fazer o apoio, na sua trajectória para o apoio e para levar o seu marcador ao engano, faz uma quebra com mudança de direcção, ao mesmo tempo o Fixo nº 3 faz uma entrada também em apoio ao pivot. O Ala nº 4 ocupa uma posição central de cobertura ofensiva.
Conforme se pode verificar o pivot fica com 3 opções, ou roda e remata, ou faz passe para o ala ou para o fixo, que vieram em apoio.     

                                Fig. 15

No quadro nº 15, o Pivot nº 5 vem fazer apoio entre linhas ao Ala nº 2, tabelando na
ala. O Pivot roda e vem fazer o apoio na finalização, bem como, o Ala contrário nº 4 acompanha e aparece ao 2º poste na finalização.
O Fixo nº 3 faz a cobertura ofensiva.

                                Fig. 16

No quadro nº 16, o Ala nº 2 faz apoio entre linhas ao Ala nº 4 de posse de bola, tabelando na ala. O Ala nº 2 roda e acompanha para apoio na finalização, bem como, o Pivot nº 5 descaído na ala contrária aparece ao 2º poste em apoio para a finalização.

                                Fig. 17

No quadro nº 17, o Ala nº 2 faz apoio entre linhas ao Ala nº 4, como não há linha de passe, desfaz e segue na paralela, o Ala nº 4 faz passe na paralela e sobe na diagonal em apoio para a finalização, o Pivot nº 5 descaído na ala contrária aparece ao 2º poste em apoio para a finalização.
O Fixo nº 3 faz a cobertura ofensivo.

                                Fig. 18



No quadro nº 18, o Ala nº 2 faz passe na paralela ao Pivot nº 5 descaído na ala, sobe em apoio, passa e segue para o 2º poste, ao mesmo tempo aparece o Fixo nº 3 em apoio do pivot para bater de segunda.
O Ala nº 4 faz a cobertura ofensiva ocupando uma zona central do campo. 

Cirulação 3:1 c/Entrada de 2º Pivot :

                                Fig. 19

O quadro nº 19, exemplifica a transicção da Circulação 3:1 Alas e Pivot, para a
Circulação 3:1 c/Entrada de 2º Pivot.
Partindo do posicionamento adquirido pela Circulação anterior, o Pivot descai na ala, o Fixo nº 3 de posse de bola, faz passe na lateral ao Ala nº 2 e sobe para a posição de pivot.
Na Circulação anterior o jogador na posição de fixo não entrava na movimentação da equipa, limitando-se a fazer a cobertura ofensiva, ora é aqui que reside a diferença, nesta Circulação todos os jogadores estão em movimento.

                                Fig. 20

No quadro nº 20, após o Fixo nº 3 ter ocupado a posição de pivot, o Ala nº 2 de posse de bola vai ocupar na zona central a posição de fixo, através do transporte de bola ou trocando passes com o ala contrário. O Pivot entretanto descaido na ala, vai ocupando a posição do Ala nº2.

                                Fig. 21

                                Fig. 22

Os quadros nºs. 21 e 22, repetem para o lado contrário a Circulação.
Convém reter, que por determinado espaço de tempo, que só a dinamica do jogo dirá qual, a equipa fica a jogar com 2 pivot, um na posição clássica ( nos 10 metros ) e outro descaído na ala.

EXEMPLOS DE JOGADAS DE ROPTURA PARA FINALIZAÇÃO DERIVADAS DA CIRCULAÇÃO :

                                Fig. 23

No quadro nº 23, O Ala nº 2 de posse de bola faz passe ao Pivot nº 5 descaído na ala e vai em apoio (com quebra no trajecto) para finalização, o Pivot nº 3 aparece ao 2º poste também em apoio para a finalização.
O Ala nº 4 ganha a posição central de fixo em cobertura ofensiva.

                                Fig. 24

No quadro nº 24, o Ala nº 2 de posse de bola, faz passe em elevação na diagonal para a entrada do Ala contrário nº 4. O Pivot nº 5 aparece ao 2º poste em apoio para a finalização, o Pivot nº 3 nos 10 metros, faz também apoio para a finalização.
O Ala nº 2 após fazer o passe, ocupa a zona central do fixo em cobertura ofensiva.

                                Fig. 25

No quadro nº 25, o Pivot nº 3 vem fazer apoio entre linhas ao Ala nº 2 de posse de bola, este faz passe e o Pivot, de sola, faz passe para as costas para a entrada do Ala nº 4.
O Pivot após o passe, roda e vai em apoio para a finalização e o Pivot nº 5 descaído na ala, aparece ao 2º poste em apoio para a finalização.
O Ala nº 2 após o passe ganha a posição central de fixo em cobertura ofensiva.  

                                Fig. 26

No quadro nº 26, o Ala nº 2 faz passe ao Pivot nº 3 nos 10 metros e vai em apoio para finalização, o Pivot nº 5 descaído na ala, aparece ao 2º poste em apoio para a finalização. O Pivot nº 3 tem ainda como opção o rodar e bater à baliza.
O Ala nº 4, ganha a posição central de fixo para cobertura ofensiva.

Circulação 2:2 :

                                Fig. 27

O quadro nº 27, mostra a Transicção do Sistema 3:1 para o Sistema 2:2.
Partindo do posicionamento caracteristico de 3:1, o Pivot (2) cai numa ala e o Fixo (4) de posse de bola, faz passe para ala onde descaíu o Pivot, subindo na diagonal para a ala contrária. 

                                Fig. 28

                                Fig. 29

Os quadros nºs 28 e 29, exemplificam para ambos os lados, a troca de bola e movimentos da equipa na Circulação 2:2

EXEMPLOS DE JOGADAS DE ROPTURA PARA FINALIZAÇÃO DERIVADAS DA CIRCULAÇÃO :

                                Fig. 30

No quadro nº 30, o jogador nº 2 de posse de bola faz passe ao jogador nº 3 e sobe em apoio para finalização, o jogador nº 5 na ala contrária aparece ao 2º poste em apoio para a finalização.
O jogador nº 4 ganha a posição central de Fixo em cobertura ofensiva.

                                Fig. 31

No quadro nº 31, o jogador nº 2 de posse de bola, faz passe ao jogador nº 5 e sobe em apoio para a finalização, o jogador nº 3 na ala contrária, aparece ao 2º poste em apoio para a finalização.
O jogador nº 4 ganha a posição central de Fixo para cobertura ofensiva.

Circulação 2:2 – Padrão Redondo a 3 :
 
                                Fig.32

O quadro nºs 32, exemplifica a Transicção da Circulação 2:2 para Padrão Redondo a 3.
Partindo do posicionamento da Circulação 2:2, o jogador nº 4 de posse de bola faz passe ao jogador nº 5 e entra na diagonal, rodando o jogador nº 3 vem ocupar a posição deixada pelo nº 4 e o jogador nº 2 ocupa a posição do nº 3, entretanto o jogador nº 5 que ficou de posse de bola faz passe ao jogador nº 3 que está a chegar.
A reter, a movimentação só se inicia quando o jogador “faz passe na ala e entra na diagonal”, aí obriga ao inicio da Circulação.

                                Fig. 33

Por exemplo como no quadro nº 33, se o jogador nº 4 ao receber o passe não devolve ao jogador nº 5, antes faz passe para a ala contrária, o processo da Circulação pode ser iniciado do lado contrário.
                                Fig. 34

O quadro nº 34, exemplifica a Circulação em sentido inverso.


EXEMPLO DE JOGADA DE ROPTURA PARA FINALIZAÇÃO DERIVADA DA CIRCULAÇÃO :

                                Fig. 35

No quadro nº 35, o jogador nº 2 de posse de bola, faz passe pela ala ao jogador nº 5 e vai em apoio para a finalização, o jogador nº 3 acto continuo aparece também em apoio para a finalização, podendo bater de segunda.
O jogador nº 4, recua no campo ocupando uma posição central em cobertura ofensiva.


CIRCULAÇÃO 4:0 :

                                Fig. 36

O quadro nº 36, exemplica a Transicção do Sistema 2:2 para o Sistema 4:0
O jogador nº 3 de posse de bola e posicionado na ala, transporta a bola ganhando o meio, deixando que a sua posição anterior seja ocupada pelo jogador nº 2, do outro lado o jogador nº 4 faz o mesmo miovimento mas sem bola, deixando que o jogador nº 5 ocupe a sua posição anterior.

                                Fig. 37

No quadro nº 37, exemplifica a posição inicial da Circulação 4:0.

                                Fig. 38

                                Fig. 39

Nos quadros nºs 38 e 39, podemos verificar a troca de bola e movimentações dos jogadores de modo a manterem um posicionamento de 4:0, sabendo que as entradas devem ser curtas e não se deve dar profundidade à Circulação de modo a se poder ganhar espaço nas costas.

EXEMPLOS DE JOGADAS DE ROPTURA PARA FINALIZAÇÃO DERIVADAS DA CIRCULAÇÃO :

                                Fig.40

No quadro nº 40, o jogador nº 2 faz uma entrada na diagonal sem bola, com profundidade, o jogador nº 3 de posse de bola, faz passe para o jogador nº 5 e entra na diagonal com profundidade para receber passe. O jogador nº 5 de posse de bola fica com duas opções de passe, ou faz passe na paralela ou faz passe na diagonal em elevação. 

                                Fig. 41

No quadro nº 41, o jogador nº 3 de posse de bola pisa para o jogador nº 4, faz um movimento com quebra e mudança de direcção em apoio e recebe um passe na ala.
O jogador nº 4 que faz o passe na ala, entra na diagonal em apoio para a finalização.
O jogador nº 5 na ala contrária aparece aos 10 metros em apoio para a finalização.
O jogador nº 2 mantém a posição para fazer a cobertura ofensiva.

Circulação Padrão Redondo :

Esta Circulação tem alguma indefinição relativamente ao Sistema de jogo, pois os posicionamentos são hibridos e abarcam todos os Sistemas, face à dinâmica e movimento constante dos jogadores.

                                Fig. 42

                                Fig. 43

                                Fig. 44


Os quadros nºs 42, 43 e 44, exemplificam as trocas de bola e movimentações dos jogadores na Circulação de Padrão Redondo, sendo que conforme o próprio nome indica o movimento dos jogadores é circular.

EXEMPLO DE JOGADA DE ROPTURA PARA FINALIZAÇÃO DERIVADA DA CIRCULAÇÃO :

                                Fig. 45

No quadro Nº 45, jogador nº 5 faz apoio entre linhas ao jogador nº 3 de posse de bola e este faz passe, o jogador nº 5 pisa e faz rolar a bola para as costas onde está a entrar o jogador nº 2, entretanto o jogador nº 5 após pisar, roda e vai em apoio para a finalização.
O jogador nº 4 na ala, vai em apoio para a finalização.
O jogador nº 3 mantém a posição e faz a cobertura ofensiva.

EXERCICIOS DE TREINO :

- O treino das Circulações deve ser feito, inicialmente de uma forma lenta e sem oposição, de modo a que os jogadores assimilem os movimentos.
- Aumenta-se a velocidade da Circulação à medida a que a equipa memoriza e ganha rotina nos movimentos, sempre sem ir para movimentos de roptura para finalização.
- Com a Circulação já bem rotinada e a trabalhar a partir de meio campo para uma baliza, inclui-se a oposição, podendo-se aproveitar para treinar as acções defensivas, condicionando o tipo de defesa e a linha de defesa (linha do meio-campo).
- O treino das jogadas de roptura para finalização deve ser feito acto continuo ao treino da Circulação, para mais facilmente os jogadores associarem uma coisa com a outra e ficar memorizado.
- Posteriormente podemos fazer jogo em meio-campo, só com um GR, condicionando o ataque ao tipo de Circulação e a defesa ao Sistema Defensivo e Linha de de Defesa.
- Para motivar o treino, pode-se considerar golo da equipa que defende, sempre que ganha a posse de bola e consegue sair a jogar para lá da linha do meio-campo.  Consoante a fase da época, podemos aproveitar pra treinar a pressão e saída de pressão, tudo no mesmo exercício.

4 x 3 (Situação de Expulsão)
Antes de falar sobre a forma de atacar esta situação especifica de jogo de superioridade numérica convém lembrar alguns aspectos :

- É uma situação de jogo que aparece com frequência em jogos decisivos e de grande stress competitivo, como tal, pode decidir jogos e titulos e, deve estar muito bem treinada, para mim de grande relevância no planeamento do treino.
- 2 minutos cronómetrados em futsal é muito tempo.
- Pede-se paciência, qualquer perda de bola é motivo para a equipa que defende fazer passar tempo.
- Numa situação especifica e treinada de jogo, devem estar em campo os jogadores mais eficazes nas suas posições.
- É importante escolher jogadores com bom passe e bons rematadores de meia-distância.

Feitas estas considerações, vamos à forma de atacar em superioridade numérica:

                                Fig.1

O quadro nº 1 mostra o posicionamento da equipa e troca de bola  para atacar uma defesa com dois jogadores mais adiantados e um recuado. 

                                Fig.2

O quadro nº 2 exemplifica  o posicionamento sempre que a bola está de posse de
um dos jogadores mais recuados.
De início deve a equipa trocar a bola com segurança e rapidez (a um ou dois toques), sem pressa de ganhar linhas de passe ou de remate, de modo a cansar a equipa adversária no seu movimento defensivo. Após algum tempo a equipa adversária começa a chegar atrasada nos seus movimentos e começa a dar linhas de passe e de remate.
Os jogadores mais atrasados ( meia-distância) devem jogar bem abertos. Os jogadores mais adiantados devem ter um movimento constante de entrada e saída dos postes, um para apoio ao portador da bola e o outro a ganhar linha de passe ao segundo poste.

                                Fig.3

Podemos ainda, como se pode verificar no quadro nº 3, aplicar a circulação de Padrão Redondo a 3 jogadores para criar jogadas de roptura e bater de segunda.

                                Fig.4

O quadro nº 4 exemplifica o ataque a uma defesa com um jogador mais adiantado e os outros dois mais recuados.
A reter que o jogador de posse de bola deve ter apoio próximo do ala contrário de modo a poderem criar uma situação de superioridade numérica de 2x1.

                                Fig.5

O quadro nº 5 exemplifica a mesma situação, só que o jogador que defende tenta cortar a linha de passe ao ala contrário, aí a solução é o jogador ao 2º poste vir fazer apoio entre linhas e criar uma série de opções para finalização.

5 x 4 (GR avançado)

Antes de falar sobre este aspecto do jogo, devo dizer que não sou partidário desta situação de jogo mas temos de conviver com ela e assim sendo também é necessário fazer antecipadamente algumas considerações:
- Sendo uma situação especifica e treinada de jogo devem estar em campo os jogadores mais eficazes em cada posição.
- Devem ser escolhidos jogadores de bom passe e boa leitura de jogo.
- A impaciência é inimiga de um bom final.
- Requer muita concentração por parte de todos os jogadores.
- Sempre que se perde a posse de bola ou o GR defende e fica na posse, é essencial não deixar jogar, pois a baliza está desguarnecida.
- Se a equipa trocar a bola com segurança e rapidez durante algum tempo, desgastando a equipa adversária no seu movimento defensivo, poderá tirar dividendos ao ganhar linhas de passe e remate.

                                Fig.1

O quadro nº 1 mostra o posicionamento inicial.

                                Fig.2

                                Fig.3

Os quadros nºs 2 e 3, mostram o movimento dos alas a ganhar o centro para facilitar a linha de passe directa ao fixo para os jogadores mais adiantados.

                                Fig.4

O quadro nº 4 exemplifica algumas opções de finalização logo que a bola entra
num dos jogadores.

                                Fig.5

                                Fig.6

Os quadros nºs 5 e 6, exemplificam outra possibilidade de ataque, sendo que nesta situação sempre sempre que a bola está no ala o jogador do poste mais distante aparece em apoio no centro (posição de pivot).

TRANSICÇÕES OFENSIVAS :

Sabendo que definimos Transicções Ofensivas como a fase em que a equipa que estava a defender ganha a posse de bola e deve com rapidez aproveitar um possivel desequilibrio defensivo da equipa que atacava, aproveitando com velocidade as situações de superioridade numérica momentâneas e espaços vazios, levando assim à obtenção do golo, convém reter alguns aspectois, a saber :

- Deve-se fazer o mínimo de transporte de bola, pois os jogadores adversários em recuperação defensiva sem bola, são mais rápidos.
- Sempre que o jogador que ganha a posse de bola por intercepção ou roubo não é o jogador mais adiantado da equipa, deve procurar fazer passe imediatamente ao jogador mais adiantado e ir em apoio, forçando a superioridade numérica.
- Sendo que a Transicção Ofensiva  é uma acção ofensiva em progressão, devem os atacantes ganhar a linha da bola ao portador da mesma, de modo a poder recebê-la e chegar rápido à baliza.
- Numa Transicção não pode haver indecisões, é preferivel rematar para fora do que perder a posse de bola e sofrer um contra-golpe.

                                Fig.1

O quadro nº 1 exemplifica o momento em que o jogador nº 3 ganha a posse de bola, faz passe ao jogador nº 5 mais adiantado e vai em apoio, forçando a superioridade numérica.

                                Fig.2

O quadro nº 2, mostra uma situação de superioridade numérica de 2 x 1 que deriva do quadro anterior.   É importante reter que o jogador nº 5 após fazer o passe vai em apoio ao 2º poste, não desiste da jogada.

                                Fig.3

O quadro nº 3   é o ponto de partida para uma situação de superioridade numérica de
3 x 2.

                                Fig.4

No seguimento do quadro anterior nº 3, no quadro nº 4 o jogador nº 3 ganha a posse de bola, faz passe ao jogador nº 5 mais adiantado e vai em apoio, das duas uma, ou vai directo na ala ou faz sobreposição (entra nas costas), o jogador nº 4 vai também em apoio ganhar a linha da bola, aí tem de ter em atenção o movimento do jogador nº 3 e faz o mesmo, ou faz o apoio directo pela ala ou faz sobreposição. 

                                Fig5

O quadro nº 5 mostra a conclusão da jogada, ambos os alas ganharam a linha da bola, o jogador nº 5 de posse de bola faz passe ao Ala nº 4 e vai em apoio pelo centro, o Ala contrário, jogador nº 3, vai aparecer em apoio ao 2º poste.

                                Fig.6

O quadro nº 6 mostra outra opção, o jogador nº 5 faz passe ao jogador nº 4 e vai em apoio ao 2º poste, o jogador nº 3 muda de direcção e aparece a fazer o apoio pelo centro.

                                Fig.7

O quadro nº 7 exemplifica a possibilidade de o jogador nº 3 ao ganhar a posse de bola não ter feito passe ao jogador mais adiantado e ter transportado a bola, assim, o jogador nº 5 no meio, faz sobreposição ao jogador nº 3, este respeita e faz passe, vai em apoio pelo centro.
O jogador nº 4 aparece em apoio ao 2º poste.


FORMAÇÃO


Hoje dedicarei estas linhas a fazer um esboço daquilo que entendo ser um Organograma simples e hábitos de trabalho, para um clube que tenha todos os escalões de formação.

Deverão os escalões de formação ter o mesmo padrão de jogo da equipa sénior ? Não, penso que não.
Os atletas Sub 19 que sobem a seniores, devem dominar todos os aspectos do jogo, quer técnicos quer tácticos, de modo a estarem preparados para qualquer solicitação.
Deve, isso sim, haver uma interligação muito estreita entre a equipa Sub 19 e a equipa sénior, mesmo ao nível do treino, para facilitar a adaptação.

1º Há que definir objectivos por parte do clube. Se é só formar ou se é formar e ganhar.  A diferença está essencialmente na atitude a transmitir aos atletas e nas etapas de aprendizagem em cada escalão.
Poderá haver acompanhamento escolar.

Definidos objectivos e transmitidos ao Coordenador Técnico da Formação, passamos ao Organograma muito simples:

- Director Desportivo / Seccionista
- Coordenador Técnico da Formação
- Treinadores /Monitores dos escalões

Competências do Director Desportivo / Seccionista :

- Responsável pela parte administrativa e logística de tudo ligado à Formação.
- Responsável por promover reuniões periódicas de avaliação do desempenho com o Coordenador Técnico.

Competências do Coordenador Técnico :

- Responsável pela coordenação técnica de todos os escalões de formação.
- Responsável pela decisão de quais os atletas que sobem de escalão de competição no final de época.  Decisão tomada após reunião com Treinador / Monitor do escalão actual e Treinador / Monitor do escalão imediato.
- Promover formação interna aos Treinadores / Monitores.
- Definir objectivos formativos e desportivos em conjunto com cada Treinador / Monitor.
- Acompanhar treinos e promover reuniões de trabalho de carácter periódico com os Treinadores / Monitores para entre outras coisas, fazer avaliação da execução dos objectivos.
.
Competências do Treinador / Monitor :

- Formar os atletas na iniciação desportiva à prática do futsal de acordo com os objectivos previamente definidos com o Coordenador Técnico.
Exemplo de objectivos:  Escolinhas - No final da época deverão os garotos estar habituados a recepcionar a bola com a sola do pé e transportar a bola, também, com a sola do pé.
Sub 11 - No final da época deverão os atletas dominar os fundamentos técnicos individuais e incluindo recepções direccionadas com a sola do pé.
Sub 13 - No final da época deverão os atletas dominar os fundamentos defensivos do jogo (individuais e colectivos).
Sub 15 - No final da época deverão os atletas dominar os fundamentos ofensivos do jogo (individuais e colectivos).
Sub 17 - No final da época deverão os atletas dominar todos os aspectos defensivos e ofensivos do jogo.
Sub 19 - Dominando os atletas todos os aspectos do jogo e sendo a ante-câmara da equipa sénior, deve o Treinador ter uma estreita ligação ao Treinador da equipa sénior, de modo, inclusive, a que o planeamento de treinos seja aproximado.  
- Planear atempadamente os treinos, preenchendo a respectiva folha de planeamento de treinos.
- Incutir responsabilidade e bons hábitos de treino aos atletas (de pequenino é que se torce o pepino).
- Reunir periodicamente com o Coordenador Técnico, para fazer ponto de situação da execução dos objectivos.

Além de tudo isto é importante instituir uma cultura de exigência, que abranja desde o Director ao atleta mais novo, havendo como é óbvio, a capacidade de discernir entre o que é exigível a uma criança de 10 anos ao jovem de 18 anos.

Este Organograma, sem muito detalhe, poderá ser uma base de trabalho que qualquer clube poderá executar, independentemente da sua grandeza.



GLOSSÁRIO ILUSTRADO

Abrir Jogo – Forma de jogar colectivamente com os jogadores mais abertos ( distanciados), executando passes longos, de forma a criar espaços na defesa adversária.

Adaptação Defensiva – Manobra de ajuste defensivo, tendo em conta o ataque.

Agressividade – Estado de tensão fisica e mental do jogador para pressionar o adversário de posse de bola ou impedir que um jogador contrário possa receber a bola em condições.

Ajuda – Principio de colaboração entre jogadores de uma equipa na defesa.

                                Fig. 1

Ala – Esquerdo ou Direito. Posição do jogador que joga pelas alas.

                                Fig. 2

Amplitude – Ataque no sentido transversal (largura) do campo.

Ângulo de Passe – Cone de espaço existente entre o passador e o receptor. Não confundir com Linha de Passe.
                                Fig. 3

Antecipação – Acção defensiva que consiste em antever os movimentos de ataque para se adiantar no espaço e no tempo ao adversário, impedindo a recepção da bola.

Apoio – Principio de colaboração entre jogadores de uma equipa no ataque. Jogador em condições de receber a bola, para facilitar a acção do colega de posse de bola.

                                Fig. 4

Aquecimento – É a preparação especial do organismo dos jogadores através de um conjunto de exercícios executados antes do início do jogo.

Área de Grande Penalidade – Em cada topo de campo, a 6m de distância de cada poste da baliza, está traçado um semi-círculo perpendicular à linha de baliza o qual se prolonga no interior do campo num raio de 6m. A parte superior deste semi-círculo é uma linha recta de 3,16m . exactamente paralela à linha de baliza entre os dois postes da baliza. O espaço compreendido no interior deste semi-círculo denomina-se de Área de Grande Penalidade.

                                Fig. 5

Assistência ou Último Passe – Passe ao colega que consegue rematar para golo.

Atacar – Acção de quem tem a posse de bola e dentro dos princípios de jogo lhe compete procurar o golo. Também se pode utilizar no sentido defensivo de “atacar a bola ...”.

Ataque Planeado ou Ataque Organizado – É o conjunto de acções ofensivas coordenadas na procura da finalização em dado momento de jogo.

Atitude – Disposição e estado de tensão fisica e psicológica do jogador em jogo.

Atitude Defensiva – Posição básica defensica que nos permite reagir rapidamente ao ataque.

Balizas – As balizas estão colocadas no centro de cada linha de baliza. A distância que separa os dois postes é de 3m e o bordo inferior da barra transversal situa-se a 2m do solo.

                                Fig. 6

Barreira – Forma de colocação dos jogadores defensores ante a bola, para tapar o ângulo de remate à baliza, nas faltas.
                                Fig. 7

Bater de Primeira ou de Segunda – Momento de finalizar uma acção ofensiva coordenada, em que remata à baliza o primeiro ou segundo jogador que vem em apoio do jogador de posse de bola.  

                                Fig. 8

Blocagem – Acção do GR deter e controlar a bola com ambas as mãos.
Podemos dividir a blocagem em três tipos, sendo classificados de acordo com a altura a que a bola chega.Alta, Média ou Baixa.

Bloqueio ou Cortina – Acção ofensiva que consiste na interposição à acção defensiva de um adversário, para libertar um colega da marcação. Pode ser directa ou indirecta, consoante o colega tenha a posse de bola ou não.
                                Fig. 9

Bola – Esférico feito de couro ou material equivalente, com uma circunferência de 64 cm no máximo e 62 cm no mínimo, pesa entre 400 e 440 g no começo do jogo e tem uma pressão que pode variar entre 0,4 e 0,6 atmosferas.

Bola ao Solo – Depois de uma interrupção temporária do jogo, o jogo deve ser recomeçado com uma bola ao solo.

Bola Fora do Jogo – A bola está fora do jogo quando :
- Atravessar completamente a linha de baliza (linha de fundo) ou linha lateral, quer junto ao solo quer pelo ar.
- O jogo seja interrompido pelo árbitro.
- Toque no tecto.

Circulação, Movimentação ou Rotação – Defne-se como o conjunto de acções ofensivas coordenadas entre si, dentro de um ou mais Sistemas Ofensivos, que tem como objectivo a manutenção da posse de bola e a preparação da acção ofensiva com passe de roptura para finalização, de modo a conseguir o golo.

                                Fig. 10                            Exemplo de Circulação 3:1



Cobertura – Forma de ajuda defensiva ou ofensiva.

                                Fig. 11

Cobrir a Bola – Diz-se quando o jogador de posse de bola, se interpõe entre a bola e o opositor, de modo a que este não lhe possa tocar.

Colocação – Conceito de dupla referência, quanto à técnica (posição) e à táctica (situação). Compensação ou cobertura. É uma forma de ajuda defensiva . Posição defensiva para se opôr a um atacante que ultrapassou um colega.

Condução – Acção de transporte de bola de forma controlada.

Contenção – Aplica-se quando se pretende retardar um ataque ou defender mais recuado.

Contra-Ataque ou Ataque Rápido – Acção de jogo ofensivo rápido e em superioridade numérica ou posicional. Acção de resposta rápida ao ataque adversário.

                                Fig. 12

Controle de Bola – Acção do jogador que domina a bola.

Defesa – Função da equipa que não tendo a posse de bola, tem como objectivo tentar impedir que a equipa adversária consiga atingir os objectivos no ataque, o golo.
Também definida como uma acção do GR na guarda da sua baliza.

Defesa Activa – Aplica-se quando se pretende ganhar rapidamente a posse bola, criando situações de superioridade numérica.

Defesa Homem a Homem (H x H) –
Sistema defensivo colectivo onde cada defensor faz marcação individual.

                                Fig. 13

Defesa Mista – Sistema defensivo colectivo, onde parte dos jogadores fazem marcação por zona e outros individual.

Defesa Passiva – Aplica-se quando se joga defensivamente na expectativa ou também, quando a equipa está com falta de agressividade defensiva.

Defesa em Quadrante – Sistema defensivo colectivo, que é um misto de marcação individual e marcação por zona, está condicionado ao posicionamento da bola e ao Sistema Ofensivo da equipa adversária no momento. O espaço defensivo é dividido em Quadrantes ( Quadrados e Triângulos) imaginários, onde cada jogador terá o seu espaço definido nas suas acções defensivas.

                                Fig. 14

Defesa Zona – Sistema defensivo colectivo, onde cada jogador tem um espaço definido para defender. A marcação é feita colectivamente (em bloco) consoante a posição da bola.     

                                Fig. 15
  
Desdobramento – Movimento de um jogador para ocupar o lugar deixado livre por um colega que se integrou no ataque.

Deslocamento – Acção de movimento do GR. Partindo da posição de espera/alerta, o GR deve deslocar-se lateralmente sem cruzar os pés  e sem encostar um pé ao outro.
O deslocamento numa situação próxima de defesa, deve ser feito na ponta dos pés facilitando o desequilibrio do corpo para uma possivel defesa.

Desmarcação – Movimento no ataque para se libertar da marcação ou vigilância do defensor contrário.

                                Fig. 16

Diagonal – Movimento ofensivo caracterizado por uma entrada na direcção da baliza contrária, feita diagonalmente em relação à linha lateral. 


                                Fig. 17

Dois Contra Um – Acção de dois defensores para um atacante.

                                Fig. 18

Dois Para Um ( 2x1 ) – Acção de dois atacante para um defesa.

                                Fig. 19

Drible – É o modo segundo o qual, um jogador ultrapassa o seu opositor, sem perder o domínio da bola.

Encosto – Acção de empurrar ombro a ombro o oponente com o fim de obter vantagem na disputa do lance.

Entrada – Movimento ou trajactéria de cariz ofensivo de penetração na defesa contrária. Pode ser interna (pela frente do defensor) ou externa (pelas costas). Também se aplica em sentido defensivo, quando um jogador pretende ganhar a posse de bola ao seu directo opositor, numa disputa rápida e instantânea.

                                Fig. 20

Entre Linhas – Diz-se quando o apoio ao portador da bola é feito entre duas Linhas Defensivas.


                                Fig. 21

Equilibrio Defensivo – Significa encontrar o posicionamento defensivo da equipa.

Espaço Defensivo – Podemos definir como o espaço delimitado pela linha da bola, linhas laterais e a linha de baliza (linha de fundo) da equipa que defende.

                                Fig. 22

Espalmar ou Desviar – Acto do GR tocar na bola com a palma da mão fazendo com que se desvie da sua trajectória numa tentativa de defesa no caso de remates muito potentes e posições que impeçam o agarrar a bola.

Esticar Jogo – O mesmo que dar profundidade ao jogo. Jogar no mais no sentido longitudinal (comprimento) do campo.

Estiradas ou Quedas – Executam-se as estiradas ou quedas laterais, com o objectivo de colocar o corpo numa posição favorável que possibilite uma defesa numa bola fora do alcance do GR.

Faltas Acumuladas – São todas as sancionadas com pontapé-livre directo a que se referem a Lei 12 das Leis do Jogo. As cinco primeiras faltas acumuladas por cada equipa em cada periodo de jogo, deverão ficar registadas no boletim de jogo.

Filosofia de Jogo – Forma particular de interpretar ou entender o jogo.

Finalização – Concretização com remate de uma acção ofensiva individual ou colectiva.

Finta – É a acção segundo a qual um jogador engana o seu opositor para ganhar vantagem, com ou sem bola. Pode-se considerar a SIMULAÇÃO como uma finta.

Fixo ou Central – Posição defensiva mais atrasada de um jogador de campo.

                                Fig. 23

Fundamentos – Técnicas a que recorrem os jogadores para resolver situações de jogo.
  
Golo – Um golo é marcado quando a bola transpõe completamente a linha de baliza, entre os postes e por baixo da trave.

Guarda-Redes – Jogador encarregado de defender a baliza. Único jogador com função e regras especificas no jogo. É o único jogador autorizado a jogar a bola com as mãos dentro da área e tem limitação regulamentada quando joga com os pés.

Inferioridade Numérica – Aplica-se defensivamente numa acção, quando há desigualdade de jogadores.

                                Fig. 24

Intercepção – Acção defensiva que visa impedir que um passe ou um remate à baliza chegue ao seu destino, através da interposição na sua trajectória.

Intervalo – O intervalo entre as duas partes do jogo, não deve exceder os 15 minutos.

Ir à Queima – Acção defensiva em disputa directa, de atacar a bola de forma instantãnea.

Jogada – Acção estratégica ofensiva.

Jogar Curto – O mesmo que jogar apoiado ou com os jogadores mais juntos.

Jogar na Frente – Posicionamento do defensor relativamente ao atacante, para obstar a que este possa receber um passe.
                                Fig. 25

Jogo Aberto – Situação de jogo onde se cria espaço livre para o 1x1 com poucas ajudas defensivas.

Lançamento – lançamento, é o passe do GR aos companheiros de equipa, realizado com a mão.

                                Fig. 26

Lançamento de Baliza – O lançamento de baliza é uma das formas de recomeço do jogo. Um golo não pode ser marcado directamente de um lançamento de baliza.
Um lançamento de baliza será concedido quando a bola é tocada em último lugar por um jogador da equipa atacante e ultrapassa totalmente a linha de baliza (linha de fundo), quer seja rente ao solo ou pelo ar, sem que um golo tenha sido marcado em conformidade com a Lei 11 das Leis do Jogo.

Ler o Jogo – Principio que consiste em decifrar a estratégia (defensiva ou ofensiva) da equipa adversária, de modo a melhor poder contrariá-la.

Linha da Bola – É uma linha imaginária, paralela à linha de baliza, tirada do ponto onde se encontra a bola no momento.
                                Fig. 27

Linha Defensiva – São linhas imaginárias paralelas à linha de baliza, definidas pelo posicionamento dos jogadores dentro de um Sistema Defensivo.

                                Fig. 28       Linhas Defensivas num posicionamento em Losango


                                Fig. 29        Linhas Defensivas num posicionamento em Quadrado

Linha de Defesa ou Marcação – É uma linha imaginária, paralela à linha de baliza, a partir da qual a equipa que defende, pressiona o portador da bola.

Linha 1 – Será uma linha imaginária que passa na marca dos 10 M no meio campo adversário. Apropriado a uma defesa de pressão alta.

Linha 2 – Uma imaginária tangente ao circulo central ainda no meio campo adversário.
Apropriado a uma postura de observação e estudo da equipa adversária.

Linha 3 – Uma linha imaginária que passa na marca dos 10 M no meio campo defensivo. Apropriado a uma postura de espera, apostando em acções ofensivas de transicção.
                                
                                Fig. 30

Linha de Passe – Linha imaginária existente entre o atacante de posse de bola e um possivel receptor do passe.
                                Fig. 31

Linha de Remate – Linha imaginária entre o atacante de posse de bola e a baliza.

                                Fig. 32

Marca de Grande Penalidade – Sobre uma linha imaginária perpendicular ao meio da linha de baliza entre os postes e a 6m desta linha, está feita de forma visivel, uma marca que se denomina Marca de Grande Penalidade.
                                Fig. 33

Marcação – Acção de sentido defensivo individual. Pode ser individual, indivodual por vigilância ou por zona.

Marcação Individual – Acção defensiva individual onde o defensor tem a responsabilidade de marcar o seu opositor directo, acompanhando os seus movimentos por todo o campo.

                                Fig. 34

Marcação à Zona – Acção defensiva individual onde o defensor tem uma zona restrita sob sua responsabilidade. Contráriamente à marcação individual, aqui o importante não é o opositor, mas sim o espaço que temos de defender.

                                Fig. 35

Mudança de Ritmo – Alteração de velocidade no movimento ofensivo, para ganhar vantagem sobre o defensor.

Padrão ou Modelo de Jogo – Podemos definir como o conjunto de acções defensivas e ofensivas integradas num ou mais Sistemas, onde a equipa se sente mais confortável durante o jogo.

Paralela – Movimento ofensivo, caracterizado por uma entada na direcção da baliza contrária, feita paralelamente à linha lateral.

                                Fig. 36

Partes do Jogo – O jogo compreenderá dois periodos iguais de 20 minutos cada um.

Passe – Forma dos jogadores comunicarem entre si com a bola. O passe pode ser curto ou longo, rasteiro ou por alto, com efeito ou em elevação.

Passe em Elevação – Diz-se de passe efectuado por alto, com execução técnica particular.

Pisar – Acção técnica ofensiva que consiste em parar a bola com a planta do pé, passando-a ao colega.

Pivot – Posição do jogador atacante mais adiantado. É o jogador que fruto do seu posicionamento, mais vezes joga de costas para a baliza adversária.

                                Fig. 37

Polivamente ou Universal – Aplica-se ao jogador que através das suas caracteristicas fisicas e técnicas, se pode adaptar a qualquer posição num Sistema de Jogo.

Pontapé de Canto – O Pontapé de Canto é uma forma de recomeço do jogo. Um golo pode ser marcado directamente do Pontapé de Canto, mas únicamente contra a equipa adversária. Um Pontapé de Canto é assinalado quando a bola, tocada em ultimo lugar por um jogador da equipa defensora, ultrapassa completamente a linha de baliza(linha de fundo), quer seja rente ao solo ou pelo ar.

                                Fig. 38

Pontapé de Grande Penalidade – Um Pontapé de Grande Penalidade deve ser assinalado contra a equipa que cometa, dentro da sua própria área de grande penalidade e no momento em que a bola esteja em jogo, uma das dez faltas punidas com pontapé livre-directo.

                                Fig. 39

Pontapé de Linha Lateral – O Pontapé de Linha Lateral é uma forma de repor a bola em jogo. É concedido quando a bola ultrapassa totalmente a linha lateral, quer seja pelo solo ou pelo ar ou tenha tocado no tecto, no local em que a bola ultrapassou a linha lateral, à equipa adversária do jogador que tocou a bola em último lugar.
                                Fig. 40

Pressing – Marcação intensa, sobre uma parte ou a totalidade dos jogadores da equipa adversária, com o objectivo de obstar à sua progressão atacante. Forma de defesa que propicia uma rápida recuperação da posse de bola.
                                Fig. 41

Pressionar – Acção defensiva que consiste numa atitude agressiva sobre o adversário, provocando o erro. Acção que pode ser desenvolvida de uma forma individual ou colectiva.

                                Fig. 42

Profundidade – Ataque no sentido longitudinal(comprimento) do campo.

Quebra ou Mudança de Direcção – Mudança de direcção no movimento ofensivo de entrada na defensiva contrária, para ganhar vantagem sobre o seu opositor directo.

                                Fig. 43

Recepção – Gesto técnico de receber a bola, amortecendo-a e mantendo-a sob o seu controle.

Recepão Orientada – É a recepção em que o jogador antecipa o movimento seguinte e num só movimento, deixa a bola jogável para dar seguimento à jogada. Utiliza-se bastante na recepção de sola, preparando a bola para fazer passe ou remate. 

Recuperação de Bola – Acção de voltar a ganhar a posse de bola.

Recuperação Defensiva ou Retorno – Acção de uma equipa ou de um jogador recuperar o posicionamento ou equilibrio defensivo, após uma acção ofensiva.

                                Fig. 44

                                Fig. 45
 
Remate – Gesto técnico de finalização de uma acção ofensiva.

Rodar – Acção caracteristica do jogador pivot, que recebendo a bola de costas para a baliza, roda e finaliza.
                                Fig. 46

Saída – Termo que se pode aplicar em diversas situações de jogo, dependendo do seu contexto, tais como :
- Acção defensiva do GR saindo da sua área restrita, para dificultar a acção do atacante.
- Acção ofensiva da equipa de posse de bola, que jogando sob pressing, faz “saida” de pressão.
- Jogada estudada para começo ou recomeço de jogo. Bola de saída.

Saída de Pressão – Conjunto de acções ofensivas coordenadas, que tem por objectivo ultrapassar a pressão defensiva da equipa adversária. Pode ser directa ou em abertura.

                                Fig. 47

                                Fig. 48

Segunda Marca de Grande Penalidade – Sobre uma linha imaginária perpendicular ao meio da linha de baliza, entre os postes, a 10m desta linha , está feita de forma visivel, uma marca que se denomina Segunda Marca de Grande Penalidade.

                                Fig. 49

Simulação – Acção de finta de entrada sem bola, tentando ganhar vantagem sobre o opositor (marcador directo), de forma a poder receber a bola.

                                Fig.50

Sistema – É o modo pelo qual os jogadores são distribuidos em campo, ocupando-o em largura e profundidade, bem como, a sua coordenação nas acções colectivas.

Sistema de Jogo Defensivo – Conjunto de acções defensivas coordenadas de uma equipa, executadas segundo um padrão de jogo, com o objectivo de defender a sua baliza, contrariando as acções ofensivas contrárias.

Sistema de Jogo Ofensivo – Conjunto de acções ofensivas coordenadas de uma equipa, executadas segundo um padrão de jogo, procurando criar desequilibrios com o objectivo de conseguir o golo.

Sobrecarga – Termo aplicado para atacar a defesa à zona, que proporciona uma superioridade numérica numa das alas.
                                Fig. 51

Sobreposições – Movimentos de intercepção dos jogadores trocando de posições.

                                Fig. 52

Subir – Termo defensivo para defender “mais à frente” ou “mais subido”. Também se aplica em sentido ofensivo, ou seja, mais apoio ao ataque.

Substituição – Troca de um jogador em jogo por um suplente.

Táctica – É o estudo, a coordenação e organização dos jogadores entre si, durante o jogo. É a preparação da equipa através de indicações básicas e definidas, que a par de informações sobre o adversário, são planeadas com a finalidade de o suplantar.

Tapar ou Cobrir – Acção de defender determinado espaço do campo, para dificultar as acçoes ofensivas.

Técnica – Significado de eficácia na execução.

Tempo Morto – As equipas têm a possibilidade, através do treinador, de pedir um minuto de tempo morto em cada um dos periodos, mas só será permitido quando a equipa estiver de posse de bola.

Temporização – Podemos definir como a acção de retardar o ataque adversário ( normalmente em superioridade ou igualdade númerica) até que chegue a ajuda defensiva. 

                                Fig. 53

Timing – É o momento certo no tempo e no espaço, para realizar uma acção no jogo.

Tocar e Saír – Aplica-se em acção ofensiva colectiva de fazer passar a bola e entrar na defesa contrária, com o objectivo de deslocar a mesma, para assim, criar espaços.
Bastante aplicado no Sistema 4:0.

                                Fig. 54

Trabalhar o Ataque – Termo aplicado para serenar o jogo, no sentido da equipa trabalhar o ataque planeado.

Transicção –Ataque / Defesa : Momento em que se perde a posse de bola e começa a recuperação do equilibrio defensivo. Defesa /Ataque : Momento em que se ganha a posse de bola e se prepara o ataque. 

                                Fig. 55

                                Fig.56

Triângulo Defensivo – Define-se como uma figura geométrica (triângulo) imaginária, conseguida pelo posicionamento de três jogadores, cujos vértices são o marcador ao portador da bola e outros dois jogadores que estão posicionados de modo a cortarem linhas de passe e fazerem ajudas e coberturas defensivas.
                                Fig. 57

                                Fig. 58

Triângulo Ofensivo – Define-se como a figura geométrica (triângulo) imaginária, conseguida pelo posicionamento de três jogadores, em que os vértices são o portador da bola e outros dois jogadores estão posicionados de modo a lhe darem apoio e cobertura ofensiva.

                                Fig. 59

                                Fig.60

Trivela ou Bola Cortada – Efeito que se dá à bola no passe ou remate, com a parte exterior do pé, descrevendo a mesma uma trajectória curva.

Trocas ou Permutas – Acção dos jogadores, por troca de posições no campo.
Podem ser defensivas (Trocas)ou ofensivas (Permutas).    

Vigilância – Observação por um jogador defensor, do movimento e atitudes de um jogador adversário, que não intervém directamente no jogo.

                                Fig. 61

Variante – Possível solução alternativa às definidas, respeitando o padrão de jogo.

Visão Periférica – Capacidade de ver em amplitude.

Zona de Substituições – A zona de substituições situa-se do mesmo lado em frente de cada banco dos técnicos e substitutos, dessa mesma equipa, ou seja no lado do meio campo de cada equipa que actua como defensora.
 
                                Fig. 62




Nenhum comentário:

Postar um comentário